Pular para o conteúdo principal

“Quão Grande é o Meu Deus”



Seu nome não poderia ser outro. O significado de ‘Jaqueline’ é ‘aquela que supera’. E esse exemplo tem sido mostrado de forma contundente em um vídeo que está disponível na Internet, no qual uma cadeirante – por nome Jaqueline – louva a D-us durante um culto na Primeira Igreja Batista de Curitiba-PR.
Apesar das dificuldades, inclusive no sistema fonador, a jovem declarou a grandeza do Pai através de sua voz.  Seu gesto é motivo de exemplo para todos nós, independentemente da crença. O desejo de louvar a D-us representa a vontade máxima de expressar gratidão pela vida, pela luz, pelo mundo, pelo céu, pelo ar. É agradecer a Ele por tudo. E por nada. É reconhecer que Ele é o Senhor de todas as coisas. E que, embora existam embaraços, a vida ainda é linda.
Adoração não se resume a acertar notas em canções. É notar que o coração do Pai anela o ser humano. É alcançar o espírito do Rei expondo seu coração de servo. É impactar a vida das pessoas ao redor, não apenas pela apresentação de um mero espetáculo, mas por inspirar o brilho das divinas sensações, ao entrar em consonância com o Eterno, na harmonia sublime dos acordes universais.
Adoração é ação. Adoração é amar ao próximo, é enxergar o fulgor divino no irmão. É transformar cada ato em um culto, cada palavra em uma liturgia, cada sorriso em um cântico, cada refeição em uma Ceia.
É entender que não somos seres ensimesmados. Pelo contrário. Nossa história faz parte de uma História bordada por fios de ouro conduzidos pelo Altíssimo. É estar inserido no contexto do universo. É se sentir habitante do cosmos, sem deixar de sentir a terra que existe sob os pés.
É sentir o cheiro das rosas, é fechar os olhos e receber o ósculo da brisa orvalhada. É ser aquecido pelos raios dourados do Sol. É ficar admirado diante do luar. É contemplar a beleza feminina. É honrar o suor vertido do rosto de quem trabalha. É se comover com a dor da mãe que perdeu o filho e da criança que nunca teve pai. Sentir a engrenagem da vida funcionando, entrar em harmonia com a respiração do amor, abraçar a aurora que chega após uma densa noite.
Compadecer-se diante das injustiças. Lutar pela justiça. Semear grãos de bondade no jardim dos corações. Colher flores nas manhãs primaveris. Ouvir o hino da Iara nômade que encanta o mar. Deixar se levar pelo belo, pelo puro, pelo certo. Fazer da garganta um piano que expressa o som melódico da fraternidade.
Acho que tudo isso é adoração. Acho que a Jaqueline exprimiu todas essas coisas sem nem perceber. E, mesmo em silêncio, ouço os ecos da voz dela (e da vida, e da alma), confessando: “Quão grande é o meu Deus / Eu cantarei quão grande é o meu Deus / E todos hão de ver quão grande é o meu Deus”...

Jénerson Alves, 27-08-2011, às 15h.

Confira o vídeo no post abaixo.

Postagens mais visitadas deste blog

O gato vaidoso - poema de Jénerson Alves

Dois felinos residiam Em uma mesma mansão, Mas um percorria os quartos; Outro, somente o porão. Eram iguaizinhos no pelo, Contudo, na sorte, não. Um tinha mimo e ração; O outro, lixo e perigo. Um vivia igual um príncipe; O outro, feito um mendigo (Que sem cometer delito Sofre só o seu castigo). No telhado do abrigo Certa vez se encontraram. Ante a tela do contraste, Os dois bichanos pararam E a Lua foi testemunha Do diálogo que travaram. Quando eles se olharam, Disse o rico, em tom amargo: “Tu és mísero vagabundo, Eu sou do mais alto cargo! Sou nobre, sou mais que tu! Portanto, passa de largo!” O pobre disse: “O teu cargo Foi a sorte quem te deu! Nasceste em berço de luxo, Cresceste no apogeu! Mias, caças, comes ratos… Em que és mais do que eu? Logo, este orgulho teu Não há razão pra ser forte… Vieste nu para a vida, Nu voltarás para a morte! Não chames, pois, de nobreza O que é apenas sorte”. Quem não se impor

Professor Reginaldo Melo

por Jénerson Alves Texto publicado na Coluna Dois Dedos de Prosa, do Jornal Extra de Pernambuco - ed. 625 Ao lado de outros poetas de Caruaru, entrei no apartamento onde o professor Reginaldo Melo está internado há três semanas, em um hospital particular. Ele nos recebeu com alegria, apesar da fragilidade física. Com a voz bem cansada, quase inaudível, um dos primeiros assuntos que ele pediu foi: “Ajudem-me a publicar o cordel sobre o Rio Ipojuca, que já está pronto, só falta ser levado à gráfica”. Coincidentemente, ele estava com uma camisa de um Encontro sobre a questão hídrica que participou em Goiás. Prof. Reginaldo (centro), ao lado de Espingarda do Cordel (e) e Jénerson Alves (d) Durante o encontro no quarto do hospital, ocorrido na última semana, quando Olegário Filho, Nelson Lima, Val Tabosa, Dorge Tabosa, Nerisvaldo Alves e eu o visitamos, comprometemo-nos em procurar os meios para imprimir o cordel sobre o Rio Ipojuca, sim. Além disso, vamos realizar – em n

A Vocação de São Mateus

  Dentre as obras de Caravaggio, ‘A Vocação de São Mateus’ é uma das que mais provocam debates e reflexões. A tela, com traços realistas, parece fazer saltar ao mundo real o que está expresso no versículo 09 do capítulo 09 do Evangelho de S. Mateus: “Passando por ali, Jesus viu um homem chamado Mateus, sentado na coletoria, e disse-lhe: ‘Siga-me’. Mateus levantou-se e o seguiu”. O domínio da luz, inerente à verve do pintor barroco, é evidente na obra. O contraste da luz que entra pela janela no ambiente escuro parece representar o contato do mundo espiritual com o terreno – este reproduzido no grupo de pessoas à mesa e aquele pela figura do Senhor Jesus Cristo ao lado de São Pedro. Os indivíduos sentados à mesa parecem ter idades e posições sociais distintas. O mais relevante deles é Mateus, trajado de forma elegante e com uma postura de proeminência. Sem dúvida, uma boa exibição do que seria a conduta dos cobradores de impostos do primeiro século. No texto neotestamentári