Pular para o conteúdo principal

Cordel sobre a TV Cultura



Neste mundo de tanta informação,
Uma luz resplandece com essência
(Não visando a lucrar com audiência,
Mas buscando formar o cidadão).
A Cultura possui programação
Que agrada do jovem ao senil,
Expressando o valor santo e sutil
De artes plásticas, canções, literatura...
Parabéns a você, TV Cultura,
A melhor emissora do Brasil.

Cartão Verde lidera na jogada;
O Metrópoles, programa tão simpático;
O Jornal da Cultura é mais didático,
Que analisa a notícia veiculada;
A Viola é mais bela e afinada,
Que Inezita traduz o seu perfil,
E Rolando Boldrin, herói gentil,
Defensor da poética doce e pura,
Parabéns a você, TV Cultura,
A melhor emissora do Brasil.

Uma história bonita e incomum
Que o passado também se faz presente
Ao lembrar Confissões de Adolescente,
Glub-Glub, Castelo Rá Tim Bum...
Para mim, ela é número um,
Companheira quando eu era infantil,
Me acompanha no tempo juvenil
E estará na idade mais madura.
Parabéns a você, TV Cultura,
A melhor emissora do Brasil.

Roda Viva é tão viva e põe na roda
Personagens da história do país,
Quem lá vai, ouve tudo e tudo diz,
E quem tem telha de vidro se incomoda.
Antes de ser ecólogo virar moda,
O Repórter Eco expôs o céu anil.
Nunca o povo viu algo torpe ou vil
Nesta tela de ouro que emoldura,
Parabéns a você, TV Cultura,
A melhor emissora do Brasil.

BBC fez pesquisa e atestou
Que ela é a segunda do planeta
E do Brasil, a TV de Anchieta
É aquela que o povo consagrou.
Não se vende e, assim, nunca tratou
O seu público igualmente a imbecil,
Mas amplia o seu senso e seu perfil
Qual harpejo de lírica partitura.
Parabéns a você, TV Cultura,
A melhor emissora do Brasil.


Jénerson Alves, 05.03.2014

Postagens mais visitadas deste blog

Professor Reginaldo Melo

por Jénerson Alves Texto publicado na Coluna Dois Dedos de Prosa, do Jornal Extra de Pernambuco - ed. 625 Ao lado de outros poetas de Caruaru, entrei no apartamento onde o professor Reginaldo Melo está internado há três semanas, em um hospital particular. Ele nos recebeu com alegria, apesar da fragilidade física. Com a voz bem cansada, quase inaudível, um dos primeiros assuntos que ele pediu foi: “Ajudem-me a publicar o cordel sobre o Rio Ipojuca, que já está pronto, só falta ser levado à gráfica”. Coincidentemente, ele estava com uma camisa de um Encontro sobre a questão hídrica que participou em Goiás. Prof. Reginaldo (centro), ao lado de Espingarda do Cordel (e) e Jénerson Alves (d) Durante o encontro no quarto do hospital, ocorrido na última semana, quando Olegário Filho, Nelson Lima, Val Tabosa, Dorge Tabosa, Nerisvaldo Alves e eu o visitamos, comprometemo-nos em procurar os meios para imprimir o cordel sobre o Rio Ipojuca, sim. Além disso, vamos realizar – em n

Apeirokalia

Do grego, a palavra ‘apeirokalia’ significa “falta de experiência das coisas mais belas”. A partir deste conceito, compreende-se que o sujeito que não tem acesso a experiências interiores que despertem o desejo pelo Belo, pelo Bem e pelo Verdadeiro durante a sua formação, jamais alcançará o horizonte de consciência dos sábios. A privação às coisas mais belas predomina em nosso país. Desconhecemos biografias de nossos ancestrais – ou, quando conhecemos, são enfatizados aspectos pouco louváveis de suas personalidades. As imagens identitárias do nosso povo são colocadas a baixo. Esculturas, construções, edificações, pinturas são pouco apresentadas. Até a nossa língua tem sido violada com o distanciamento do vernáculo e do seu significado.   A música real tem perdido espaço para séries de ritmos abomináveis. Este problema perpassa por uma distorção da cosmovisão sobre o próprio ser humano. Hedonista, egocêntrico e materialista, o homem moderno busca simplesmente o seu bem-estar.

O gato vaidoso - poema de Jénerson Alves

Dois felinos residiam Em uma mesma mansão, Mas um percorria os quartos; Outro, somente o porão. Eram iguaizinhos no pelo, Contudo, na sorte, não. Um tinha mimo e ração; O outro, lixo e perigo. Um vivia igual um príncipe; O outro, feito um mendigo (Que sem cometer delito Sofre só o seu castigo). No telhado do abrigo Certa vez se encontraram. Ante a tela do contraste, Os dois bichanos pararam E a Lua foi testemunha Do diálogo que travaram. Quando eles se olharam, Disse o rico, em tom amargo: “Tu és mísero vagabundo, Eu sou do mais alto cargo! Sou nobre, sou mais que tu! Portanto, passa de largo!” O pobre disse: “O teu cargo Foi a sorte quem te deu! Nasceste em berço de luxo, Cresceste no apogeu! Mias, caças, comes ratos… Em que és mais do que eu? Logo, este orgulho teu Não há razão pra ser forte… Vieste nu para a vida, Nu voltarás para a morte! Não chames, pois, de nobreza O que é apenas sorte”. Quem não se impor