Pular para o conteúdo principal

Aline Sales e José Jardeano são novos membros da Academia de Cordel de Caruaru

 A noite da sexta-feira (26) ficará registrada na história da cultura popular em Caruaru, devido à solenidade de posse de novos integrantes da Academia Caruaruense de Literatura de Cordel (ACLC). O evento começou às 20h e ocorreu na Academia de Cultura, Ciências e Letras de Caruaru (Acaccil), já que a sede da ACLC se encontra inutilizada, devido às reformas que o poder público municipal está realizando na Estação Ferroviária desde 2019.

Davi Geffson presidiu posse de Jardeano e Aline


Na solenidade, a poetisa Aline Sales tomou posse na cadeira nº 01, cujo patrono é Rogaciano Leite. Por sua vez, José Jardeano assumiu a cadeira nº 03, que reverencia Cego Aderaldo. Os imortais estavam visivelmente emocionados com a posse. “Vou seguir unindo forças e defendendo nossa cultura popular”, disse Aline. “Sou muito grato pelo acolhimento de todos da Academia e podem contar comigo para trabalhar e fazer o melhor para o público”, declarou Jardeano.

Jardeano recebe diploma das mãos de Carlinhos Cordel


Aline Sales é diplomada por Cilene Santos

Os novos acadêmicos foram escolhidos por unanimidade, através de uma comissão técnica de membros da entidade, mediante análise curricular enviada por postulantes de várias regiões do estado.


Segundo o presidente da ACLC, Davi Geffson, o evento marca uma nova fase na instituição. “São autores que têm uma forte produção literária, com características e especificidades, e também fomentam a arte e interagem com variados públicos. A nossa Academia e a sociedade em geral só têm a ganhar com esses quadros”, ressaltou.


Mesa foi formada por Valdez Soares, Davi e Cilene


Banda Forró Cordel encantou o público com canções


Além da parte solene, o evento contou com apresentações culturais. O grupo Forró Cordel interpretou clássicos do cancioneiro nordestino, a exemplo de ‘Sabiá’, ‘Riacho do Navio’ e ‘Meu Velho Ipojuca’. Os poetas Jefferson Moisés e Dorge Tabosa também abrilhantaram o público declamando poemas matutos.


Membros da ACL posam para foto oficial


Texto: Jénerson Alves

Fotos: Gislayne Teixeira/Divulgação



Postagens mais visitadas deste blog

Professor Reginaldo Melo

por Jénerson Alves Texto publicado na Coluna Dois Dedos de Prosa, do Jornal Extra de Pernambuco - ed. 625 Ao lado de outros poetas de Caruaru, entrei no apartamento onde o professor Reginaldo Melo está internado há três semanas, em um hospital particular. Ele nos recebeu com alegria, apesar da fragilidade física. Com a voz bem cansada, quase inaudível, um dos primeiros assuntos que ele pediu foi: “Ajudem-me a publicar o cordel sobre o Rio Ipojuca, que já está pronto, só falta ser levado à gráfica”. Coincidentemente, ele estava com uma camisa de um Encontro sobre a questão hídrica que participou em Goiás. Prof. Reginaldo (centro), ao lado de Espingarda do Cordel (e) e Jénerson Alves (d) Durante o encontro no quarto do hospital, ocorrido na última semana, quando Olegário Filho, Nelson Lima, Val Tabosa, Dorge Tabosa, Nerisvaldo Alves e eu o visitamos, comprometemo-nos em procurar os meios para imprimir o cordel sobre o Rio Ipojuca, sim. Além disso, vamos realizar – em n

Apeirokalia

Do grego, a palavra ‘apeirokalia’ significa “falta de experiência das coisas mais belas”. A partir deste conceito, compreende-se que o sujeito que não tem acesso a experiências interiores que despertem o desejo pelo Belo, pelo Bem e pelo Verdadeiro durante a sua formação, jamais alcançará o horizonte de consciência dos sábios. A privação às coisas mais belas predomina em nosso país. Desconhecemos biografias de nossos ancestrais – ou, quando conhecemos, são enfatizados aspectos pouco louváveis de suas personalidades. As imagens identitárias do nosso povo são colocadas a baixo. Esculturas, construções, edificações, pinturas são pouco apresentadas. Até a nossa língua tem sido violada com o distanciamento do vernáculo e do seu significado.   A música real tem perdido espaço para séries de ritmos abomináveis. Este problema perpassa por uma distorção da cosmovisão sobre o próprio ser humano. Hedonista, egocêntrico e materialista, o homem moderno busca simplesmente o seu bem-estar.

O gato vaidoso - poema de Jénerson Alves

Dois felinos residiam Em uma mesma mansão, Mas um percorria os quartos; Outro, somente o porão. Eram iguaizinhos no pelo, Contudo, na sorte, não. Um tinha mimo e ração; O outro, lixo e perigo. Um vivia igual um príncipe; O outro, feito um mendigo (Que sem cometer delito Sofre só o seu castigo). No telhado do abrigo Certa vez se encontraram. Ante a tela do contraste, Os dois bichanos pararam E a Lua foi testemunha Do diálogo que travaram. Quando eles se olharam, Disse o rico, em tom amargo: “Tu és mísero vagabundo, Eu sou do mais alto cargo! Sou nobre, sou mais que tu! Portanto, passa de largo!” O pobre disse: “O teu cargo Foi a sorte quem te deu! Nasceste em berço de luxo, Cresceste no apogeu! Mias, caças, comes ratos… Em que és mais do que eu? Logo, este orgulho teu Não há razão pra ser forte… Vieste nu para a vida, Nu voltarás para a morte! Não chames, pois, de nobreza O que é apenas sorte”. Quem não se impor