As terras bíblicas foram o cenário de viagens feitas por Egéria, uma mulher incrível que viveu no século IV.
Estudos apontam que ela possuía origem ibérica e viajou por terras distantes, como a Palestina, Península do Sinai, Egito, Síria e Edessa, para além do Rio Eufrates.
Boa parte dos seus relatos de viagens foi preservada. Ela mandou o documento a suas "irmãs" - provavelmente monjas. Em um dos trechos, ela narra como foi sua chegada ao Monte Sinai.
"Conforme caminhávamos, chegamos a certo lugar onde as montanhas que atravessávamos abriam-se para dar lugar a um extenso vale, plano e belíssimo, e, mais além do vale, víamos o Sinai, a montanha sagrada de Deus (...). Era o grande extenso vale onde os filhos de Israel esperaram por Moisés, que tinha subido ao monte e passado ali quarenta dias e quarenta noites. Foi nesse vale que fizeram para si o bezerro de ouro, e até o dia de hoje, uma grande pedra marca o lugar. Foi na entrada desse vale que o santo Moisés apascentava os rebanhos do seu sogro e onde Deus falou-lhe de uma sarça ardente".
Além das experiências religiosas, Egéria descreve a topografia e a flora dos lugares por onde passou. Ela também retrata os serviços dominicais, traçando um panorama de como viviam os cristãos naquela época, a qual coincide com os tempos do Concílio de Constantinopla.
Egéria é uma mulher que peregrina rumo à espiritualidade, um símbolo da trajetória de todos os cristãos. Sua vida é uma inspiração para a caminhada cristã.