Na vida de professor
Uso lápis, papel, giz,
Quem vê ironiza e diz
Que eu sou mesmo um “sofressor”.
Sala de aula é terror
Que assusta o meu viver,
Aluno sem aprender,
Grosseiro e mal-educado,
Mas não tô desempregado
Pior poderia ser.
Amo tanto uma donzela
Doce, meiga, sã, sensata,
Pura, fofa, chique, gata,
Talentosa, santa e bela...
Seu laço com o dono dela,
Ela não quer desfazer,
Eu lamento por não ter
Chance de tê-la comigo,
Ao menos sou seu amigo,
Pior poderia ser.
Eu estou muito doente,
Com reumatismo e hepatite,
Cistite e labirintite,
Gonorréia e dor de dente,
Tumor maligno latente
Que acentua o meu sofrer,
Tô quase sem poder ver
E sou soropositivo,
Pelo menos estou vivo,
Pior poderia ser.
Meu casebre defasado
Tem rato entrando e saindo,
As paredes já caindo
E o portão enferrujado,
O teto é esburacado
E após o Sol se esconder,
Luz não preciso acender,
Utilizo a luz da Lua,
Mas se eu morasse na rua
Pior poderia ser.
Meu carro é uma Brasília
Que uso pra trabalhar,
Pra pegar tem que empurrar,
Pra brecar é uma quizília,
Os amigos ou a família
Quando conduzo ao lazer,
Ponho o carro pra correr
Mas ele não sai de dez…
Se eu estivesse de pés
Pior poderia ser.
Nessa minha pátria amada
A cúpula que ordena erra,
Tem terra, mas tem sem-terra,
Tem renda, mas concentrada,
Tem ética, mas de fachada,
Tem crença, mas sem poder,
Polícia sem proteger,
Aluno sem ter escola…
Mas se fosse na Angola,
Pior poderia ser.
Está gamada por mim
Uma mulher muito louca,
Com quatro dentes na boca
E o cabelo pixaim,
A cara de guaxinim,
Fedorenta pra valer,
Não cansa de me dizer
Que amá-la é meu mister
(Graças a Deus, que é mulher…)
Pior poderia ser.
Jénerson Alves, 23/05/2008.
Uso lápis, papel, giz,
Quem vê ironiza e diz
Que eu sou mesmo um “sofressor”.
Sala de aula é terror
Que assusta o meu viver,
Aluno sem aprender,
Grosseiro e mal-educado,
Mas não tô desempregado
Pior poderia ser.
Amo tanto uma donzela
Doce, meiga, sã, sensata,
Pura, fofa, chique, gata,
Talentosa, santa e bela...
Seu laço com o dono dela,
Ela não quer desfazer,
Eu lamento por não ter
Chance de tê-la comigo,
Ao menos sou seu amigo,
Pior poderia ser.
Eu estou muito doente,
Com reumatismo e hepatite,
Cistite e labirintite,
Gonorréia e dor de dente,
Tumor maligno latente
Que acentua o meu sofrer,
Tô quase sem poder ver
E sou soropositivo,
Pelo menos estou vivo,
Pior poderia ser.
Meu casebre defasado
Tem rato entrando e saindo,
As paredes já caindo
E o portão enferrujado,
O teto é esburacado
E após o Sol se esconder,
Luz não preciso acender,
Utilizo a luz da Lua,
Mas se eu morasse na rua
Pior poderia ser.
Meu carro é uma Brasília
Que uso pra trabalhar,
Pra pegar tem que empurrar,
Pra brecar é uma quizília,
Os amigos ou a família
Quando conduzo ao lazer,
Ponho o carro pra correr
Mas ele não sai de dez…
Se eu estivesse de pés
Pior poderia ser.
Nessa minha pátria amada
A cúpula que ordena erra,
Tem terra, mas tem sem-terra,
Tem renda, mas concentrada,
Tem ética, mas de fachada,
Tem crença, mas sem poder,
Polícia sem proteger,
Aluno sem ter escola…
Mas se fosse na Angola,
Pior poderia ser.
Está gamada por mim
Uma mulher muito louca,
Com quatro dentes na boca
E o cabelo pixaim,
A cara de guaxinim,
Fedorenta pra valer,
Não cansa de me dizer
Que amá-la é meu mister
(Graças a Deus, que é mulher…)
Pior poderia ser.
Jénerson Alves, 23/05/2008.