Texto de autoria de Paulo Nailson, sobre a (falta de) consciência política no meio evangélico. Que vozes como a dele possam ser ouvidas cada vez mais, nessa "pátria de meu D-us".
Me preocupa o fato da lembrança da atuação de muitos cristãos no episódio vivido recentemente das eleições.
Lembro uma conversa que tive com uma jovem senhora que afirmava categoricamente que Dilma não seria eleita pois Deus não iria permitir. Caso Dilma ganhasse o Senhor não permitiria sua posse pois tomaria sua vida.
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Vale lembrar que no próximo ano novamente estaremos num período decisivo na política de nossa cidade e muitos permanecem desinteressados no tema.
A preocupação aumenta quando percebo, com raras excessões, que a grande maioria das lideranças evangélicas não abrirem espaço para politização (formar cidadãos com consciência crítica), os poucos que falam no assunto é para politicagem o que não é aconselhável.
A CNBB realiza um bom trabalho neste sentido através de suas pastorais.
A AEVB (Associação Evangélica Brasileira) tem o chamado "Decálogo do voto ético", que pode e deve ser trabalhado pelos líderes.
Quero sugerir para você, líder [educador(a) em Escola Dominical, pastor(a)], leia e discuta em sua comunidade com seus alunos ou congregados o assunto. Não espere se aproximar do dia das eleições pois facilmente estaremos contaminados pelas propagandas eleitorais ou por "vantagens" oferecidas por candidatos.
O momento é propício para reavaliarmos a situação atual. Chega desta visão contemplativa que só encherga o céu como objetivo e se aliena das questões do tempo presente. Não nos acovardemos diante do modelo de vida que nos é imposto como padrão único. Modelo este que tem acorrentado uns, tirado a vida de outros, mas não escraviza à todos.
Estes poucos valentes guerreiros, que ousam ser diferentes - mesmo que a um alto preço - me inspiram a continuar acreditando no valor da luta.
É possível se organizar socialmente de outro modo, isso se constrói a cada passo, em marcha. Enojar-se e aliena-se da política só vai ajudar a manter no executivo e legislativo pessoas com interesses questionáveis.
Faz-se urgente vê a política com outros olhos.
“Uma sociedade doente precisa pensar muito em política, como um enfermo é obrigado a preocupar-se com a digestão; desprezar o assunto pode ser covardia fatal para ambos”.
(C.S.Lewis).
Dedico este texto a D. Robinson Cavalcanti, que me troxe a minha mente a compreensão o Evangelho encarnado e aos que ainda não se acovardaram...
Paulo Nailson
Fonte: presentiaonline.blogspot.com