Juliana Dacoregio
Há quem discorde veementemente, há quem brigue por suas ideias, exponha em público suas constatações, escreva sobre elas, cante-as, grite-as ao mundo. E há aqueles com o discurso pronto: “é só minha opinião, prefiro não falar para não criar atritos desnecessários”. Esse último grupo me deixa confusa. Até que ponto os atritos são mesmo desnecessários?
Qual o problema em opinar, debater, discutir? Esse aparente desejo de não entrar em conflito parece esconder o medo de mudar de opinião, de absorver o que vem do outro, de ser fechado para novas ideias. Quem protege sua opinião sob a capa do “prefiro não argumentar” será que nas entrelinhas não está dizendo “guarde suas opiniões apaixonadas, pois você pode me convencer ou mudar minha concepção de vida e não saberei como lidar com isso”?
Desconfio de quem não quer aprender ou experimentar pelo simples fato de que eu quero aprender, experimentar e vivenciar para poder enriquecer minhas idéias. Talvez eu demore um pouco. Às vezes elevo a minha voz para afirmar minha visão de mundo (sim, elevo a minha voz, não sou uma monja), mas é pela necessidade de ser enfática. Mas sempre chega o momento em que paro, analiso e, não raro, percebo que muito daquilo com o qual discordei é perfeitamente aceitável. Ou que minhas “fortes opiniões” podem e devem ser revistas. À primeira vista pode não parecer, mas rumino sobre as idéias alheias, mesmo quando contrárias às minhas. Se for preciso mudar cem vezes, mudarei cem vezes. Por outro lado, se for preciso mudar de opinião cem vezes, mudarei cem vezes. Basta ler meus blogs, principalmente o Heresia Loira, para perceber isso.
Agressiva quando falo sobre o que acredito? Creio que não, creio que assertiva seria o adjetivo mais correto.
Agressividade: disposição para agredir.
Assertividade: origina-se de asserção. Fazer asserções quer dizer afirmar, do latim afirmare, tornar firme, confirmar e declarar com firmeza.
Não falo de teimosia, que é a “repetida obstinação”. Os teimosos, os que não se expõe para não gerar conflitos, esses me amedrontam. Afinal, nunca sei se estão me ouvindo tagarelar, mas no fundo não absorvem uma só palavra do que digo.
Até que ponto “respeitar a opinião alheia” é mesmo uma questão de respeito e não de mente fechada?
Quem é mais cabeça dura: quem luta pelo que acredita, mas sente-se livre para transformar-se, ou quem prefere resguardar-se para não correr o risco de ter de voltar atrás?
As questões em itálico estão abertas. Sintam-se à vontade para responder, questionar ou debater.
Porque se tem algo que não mudo é a seguinte descrição:
Quem?
Juliana Dacoregio
Jornalista, leitora voraz, escritora, cinéfila.
Observadora, vaidosa, passional, sensível.
Desertora da fé evangélica, mas cheia de fé em si mesma.
Lágrimas abundantes e gargalhadas sinceras.
Leal aos amigos e ligada à família.
Cheia de opiniões e de capacidade de analisá-las e transformá-las. Hábitos simples e pensamentos complexos. Ou vice-versa.
Jornalista, leitora voraz, escritora, cinéfila.
Observadora, vaidosa, passional, sensível.
Desertora da fé evangélica, mas cheia de fé em si mesma.
Lágrimas abundantes e gargalhadas sinceras.
Leal aos amigos e ligada à família.
Cheia de opiniões e de capacidade de analisá-las e transformá-las. Hábitos simples e pensamentos complexos. Ou vice-versa.
fonte: Paperback Writer Girl