por Jénerson Alves
Pastores, presbíteros,
diáconos, pregadores, evangélicos, enfim... Ouçam o meu clamor: não transformem
o Evangelho em má-notícia!
Clamo por isso, embora
sabendo que o Evangelho, em essência, é Jesus, por isso jamais poderá ser
má-notícia, mas apenas a boa-notícia da reconciliação do mundo com Deus,
através de Cristo.
Mas, quando não se vê
Jesus como Emanuel, como Deus Conosco, o Evangelho deixa de ser Evangelho e
passa a ser má-notícia. Quando a compreensão de um Jesus Bom Pastor dá lugar à
de um Jesus déspota, controlador, medidor de detalhes, castrador da vida, o
Evangelho deixa de ser Evangelho e passa a ser notícia do inferno, preâmbulo do
abismo, sinônimo de trauma e dor.
O verdadeiro Evangelho
liberta. Mas a libertação só vem por causa do Amor. Somente quem é imerso no
Oceano do Amor de Cristo consegue se entregar no rumo da obediência.
Não utilizem os
púlpitos para disseminarem doenças, nem maldições, nem perversões. Não ensinem
os pais a se colocarem contra seus filhos, por causa dos conflitos de gerações.
Não ensinem os seus adolescentes e jovens a desrespeitarem os professores em
sala, por causa de uma “fé” que não é a fé pela qual o justo vive. Não ponham
grilos na cabeça dos seus jovens por causa da sexualidade. Não condenem os que
estão de fora. Não chutem quem está sofrendo. Não propaguem o ódio. Não falem
mais do Satanás do que em Jesus nos seus sermões. Não castrem as artes, a
beleza, o afeto, a família, a literatura, o cinema, a música, a dança, aquilo
que embeleza e colore a existência.
Se lembrem que Cristo
veio trazer vida e vida abundante. Não deturpem a mensagem da Graça!
Não mandem ninguém para
o inferno. Deixem que quem quiser ir para lá, o vá com suas próprias pernas. Antes,
exponham o caminho para o Céu e palmilhem nesse caminho com quem quiser
percorrê-lo.
Precisamos de pastores,
evangelistas, presbíteros, diáconos, pregadores, evangélicos, enfim... que
entendam que o Evangelho é boa notícia. Que amem. E amem. E amem até quem não os
ama. E amem o próximo como a si mesmos. E amem a Deus mais do que tudo (e se
lembrem que Ele ama a todos nós de tal maneira que não houve palavras para
expressar este amor, e Ele próprio se encarnou para poder exprimir o que isso
é). Então, amem. E lembrem que amor não é palavras, mas é ação, é vida, é
encarn-ação.
Peço em nome das
crianças, dos órfãos, dos que choram de madrugada, dos que foram expulsos das
igrejas, dos filhos que foram rejeitados pelos pais, dos fiéis que não se
sentem abraçados pelo Amor do Altíssimo (pois não viram nenhuma faísca dEle nos
líderes), enfim, por todos aqueles que, de alguma forma, receberam veneno em um
frasco que se propunha a ser remédio: Não transformem o Evangelho em
má-notícia.