terça-feira, 2 de novembro de 2021

A estranha visita – por Jénerson Alves

 


Mais cedo ou mais tarde, todos haveremos de receber uma estranha visita nos umbrais.


É a mesma visita que o eu-lírico de ‘O Corvo’ recebeu naquela fatídica meia-noite agreste. E repetia incessantemente o som ‘Nunca mais’...


A mesma senhora “tan blanca” da cantiga medieval “El enamorado y la muerte”. E, perante o rosto pálido da amada, ouve o som de quem está a buscá-lo...


Sim, aquela representada com capuz e foice. Sempre misteriosa.


Ela chama, e todos haveremos de atendê-la.


A diferença é como atendê-la-emos.


Uns recebem-na como Ivan Ilitch, desconfiados que não viveram a vida que deveria ser vivida.


Eu gostaria de recebê-la sorrindo, ciente de que, ao fechar os olhos nesta terra, abri-los-ei diante do Eterno.


Para tanto, ouço como em um sussurro as palavras de S. Tomás de Kempis: “Melhor fora evitar o pecado que fugir da morte. Se não estás preparado hoje, como o estarás amanhã?”



Texto: Jénerson Alves

Imagem: Morte do Avarento, de Hieronymus Bosch


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