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Mostrando postagens de maio, 2011

Um cordel para o Gondim

Sou um simples poeta nordestino, eu não tenho diploma teológico, não entendo o teor mercadológico que pra isso me faltam ânsia e tino. Aprendi a cantar desde menino escutando a voz doce do carão, o pipoco estrondoso do trovão, e a orquestra dos pássaros afinada, e quero ter uma fé santa, embasada, com a mente no céu e pés no chão. Em singelas igrejas eu ouvi a mensagem profética do Senhor, a peleja, a justiça e o amor, e as dores vicárias do Rabi. Lendo a Bíblia Sagrada eu descobri que é Jesus o Autor da Salvação no momento da crucificação seu suspiro calou milhões de vozes que ao invés de peitar os seus algozes concedeu-lhes o bálsamo do perdão. Na Palavra de Deus está disposto que o déspota é somente o tentador, que Deus quer o reinado do Amor em que tudo é proposto e não imposto. Nesse ponto, propõe que seja posto o mais puro papel da probidade, mas quem pensa que é dono da verdade não se curva aos apelos do amor. Eu não creio em um Deus que usa a dor

A fotossíntese da fé e o estranho evangelho hidropônico gospel

Todos nós que um dia passamos pelas séries iniciais da escola temos o ciclo da fotossíntese gravado como tatuagem em nossas lembranças de infância. Pois, mesmo assim, permita-me recordá-lo: fotossíntese é isto . Resumindo [já que você não acessou o link da Wikipédia mesmo]: Seria a fotossíntese algo além de uma planta usar da luz solar e da água para transformar um gás poluente e perigoso como o gás carbônico em oxigênio essencial para a vida alheia e ainda alimentar a planta com sais minerais presentes no chão, na terra, no húmus? [Sim, o processo está muito simplificado, mas farei uma simples analogia, não um tratado ponto-a-ponto da coisa. Sigamos] Ora, o que é a caminhada na vida cristã além de uma metáfora metafísica desse surpreendente processo vegetal? Vejo na jornada da fé cristã [aquela uma proposta pelo Jesus Nazareno] um processo semelhante. Se não é a fé cristã usar de dúvidas, questionamentos, incertezas, terríveis vagos nas páginas do nosso manual da vida para, ju

Brasil: Justiça legaliza imoralidade

Por Robinson Cavalcanti , bispo da Diocese Anglicana do Recife Em um país onde o Poder Legislativo é o que menos legisla, mas sim o Poder Executivo através de Medidas Provisórias ou o Poder Judiciário através das suas “interpretações” (este último sem ter sido eleito pelo povo, nem passível de perante ele responder), o Supremo Tribunal Federal (STF), por unanimidade dos seus membros, resolveu estender aos homossexuais o instituto das “uniões estáveis”, sem qualquer embasamento nos dispositivos expressos da Constituição Federal ou do Código Civil, mas tendo por base argumentos filosóficos emanados da ideologia secularista que está a destruir os fundamentos da civilização ocidental plasmada pelo Cristianismo. Mais uma vez é o aparelho do Estado indo de encontro à Nação, sua História, sua Cultura e seus Valores. A imoralidade do homossexualismo – nítido desvio de conduta e enfermidade emocional e espiritual – sempre rejeitada pela Nação, não por preconceitos, mas por conceitos que ger

Será

Será que você tem noção de que a distância faz brotar dor em minha alma? Será que você sabe que seu cheiro me alimenta? Será que você sabe que meu sono está em seus olhos? Será que você entende que, se eu lhe visse, meus dias seriam perfeitos? Será que você consegue, realmente, escutar o meu olhar? Será que você consegue imaginar a angústia que nasce em mim por não estar com você? Será que o seu coração sente o que o meu sente? Será que minha ausência também lhe perturba? Será que estou me iludindo? Será que mais uma vez meus sonhos serão convertidos em delírios? Será que sou bobo? Será que sou convencido, a ponto de achar-me digno de sua atenção? Será que um dia eu vou conseguir parar de me preocupar com tantos “serás”? Será que essas interrogações podem se transformar em pontos finais? 1٥ de maio, às 1h30

Solitude

Me acostumei a estar só. Desde sempre. Lembro-me da minha professora de alfabetização comentando com meu pai que eu não tinha coleguinhas na sala. Anos mais tarde, já adolescente, eu passava os intervalos na biblioteca da escola. Temia os corredores. Joguei pouco, sorri pouco, briguei pouco, amei menos ainda. Eu me achava tão inadequado que, às vezes, não gostava da minha própria companhia. Quando conheci a mensagem do Evangelho, fui liberto (em parte) dessa autoestima baixa. Entendi que o Verbo se fez carne por amor; que a morte de Cristo foi substitutiva; que nEle estavam não apenas os pecados, mas as enfermidades (do corpo e da alma) e que por meio das Suas feridas nós somos sarados. Tive de aceitar que se o Onipotente se preocupa com a minha existência, eu não posso me desprezar. No entanto, a consciência evangélica também acentuou meu sentimento de não-pertencer. O “não fazer parte deste mundo” me colocou em uma situação alienígena. Eu via pecado em tudo. Não conseguia enxergar