Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de outubro, 2011

A Escravidão

Vieram ao Brasil os negros Nos torpes navios tumbeiros Massacrados pelas mãos De burgueses fazendeiros Num capítulo que envergonha A todos os brasileiros. Trabalhando nos celeiros Pra cruéis usurpadores Na história apelidados De “pés e mãos dos senhores”, Receptáculos de chagas, De injustiças e dores. Mesmo assim, lançaram flores Nos lugares que estavam, Que as mães brancas que pariam Dos seus filhos não cuidavam E nos seios das amas negras Os bebês brancos mamavam. Quando eles se revoltavam Para os quilombos fugiam Mas algozes capatazes Num instante lhes seguiam E a brisa da liberdade Por pouco tempo sentiam. Todo o trabalho faziam Na mais triste exploração Lhes eram negadas chances, Padeciam feito cão, E o chicote deixou marcas No corpo e no coração. Porém na nossa nação Tem a data registrada No dia 13 de Maio Foi a Lei Áurea assinada Libertando no papel Essa gente escravizada. Entretanto, não fez nada Do que o papel propala, Só mudaram de cenári

Ex-prefeito mantém trabalhadores em curral com animais

Médico e dono de hospital, Gilson Freire de Santana, que foi prefeito de Açailândia (MA) entre 1997 a 2000, é dono da Fazenda Santa Maria, de onde 19 pessoas foram libertadas. A maioria dormia no curral, junto com animais Por Bianca Pyl Operação do grupo móvel de fiscalização encontrou 19 trabalhadores, um deles com 17 anos de idade, em condições análogas à escravidão em propriedade rural pertencente ao médico Gilson Freire de Santana, que foi prefeito de Açailândia (MA) entre 1997 e 2000 e é dono do Hospital Santa Luzia. Do total de libertados da Fazenda Santa Maria, 15 dormiam no curral, ao lado de animais e de agrotóxicos. As outras quatro pessoas resgatadas estavam em uma casa precária de madeira, com o teto prestes a desabar. "O empregador igualou os trabalhadores aos animais que possui", comparou Márcia Albernaz, auditora fiscal do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) que coordenou a operação. Os empregados dormiam em redes, trazidas por eles mesmos de suas cas

Deputado propõe lei para banir empresa que usar escravos

O deputado estadual Carlos Bezerra Júnior (PSDB, foto) protocolou, nesta sexta (21), projeto de lei para cassar a inscrição no cadastro de contribuintes do ICMS (Impostos sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) de empresas que façam uso direto ou indireto de trabalho escravo no Estado de São Paulo. Na prática, as empresas que comprovadamente utilizarem essa forma de exploração da mão-de-obra, perderão seus registros e deixarão de existir para transações formais. Além disso, os responsáveis por elas ficarão impedidos de exercerem o mesmo ramo de atividade por dez anos. Em sua página na internet, Bezerra – que é vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos na Assembleia Legislativa – afirmou que “o projeto de lei apresentado põe São Paulo na vanguarda da defesa dos direitos humanos no Brasil”. Hoje, há três formas principais de punição a quem usa trabalho escravo no Brasil: a) as multas do Ministério do Trabalho e Emprego que, apesar do baixo valor, são porta de entrada para a “

A importância de ler os clássicos

Publicado originalmente no  Portal Vermelho Muita gente já profetizou sobre o fim dos livros e até da literatura, acossados por cada nova iParafernália anunciada pela Apple. Poucos, porém, o fizeram com tanta autoridade e com tanta ênfase quanto o mítico escritor norte-americano Philip Roth, em entrevista publicada na última edição da revista Época. “A cultura literária como conhecemos vai acabar em 20 anos. Ela já está agonizando. Obras de ficção não despertam mais interesse dos jovens, e tenho a impressão de que não são mais lidas. Hoje, a atenção é voltada para o mais novo celular, o mais novo tablet. Daqui a poucas décadas, a relação do público e do escritor com a cultura será muito diferente. Não sei como será, mas os livros em papel vão acabar. Surgirá outro tipo de literatura, com recursos audiovisuais e o que mais inventarem”, disse à Época um desiludido Roth, que há não muito chegou a anunciar que não escreveria mais. A sentença do fim da cultura literária anunciada por Phili

A PSICOPATOLOGIA DO RELIGIOSO CENTRADA NA IMAGO DEI

Por Paulo Crespolini Todas as pessoas podem conter estruturas psicóticas e neuróticas que, talvez, nunca se manifestem ao longo da vida. Se a razão confere a normalidade ao indivíduo, a ausência dela designa aquilo que a psicopatologia chama de transtorno mental ou sofrimento psíquico grave . Cabe ao processo de individuação ampliar a consciência, norteando-a pelo fio condutor da normalidade. Alguns teóricos chegam a defender que a resistência a esse “princípio de estabilidade” faz suscitar a loucura. O mundo do doente mental é assinalado por uma profunda ruptura com o significado de sua existência. Trata-se de uma experiência assustadora, pois junto à doença está à marca indelével da perda da identidade, da integração, do sentido e por fim da própria realidade. Há o encontro de um espaço sem limite e sem forma. Nesse quadro, a pessoa é afligida por uma anormalidade mental “provocada” e “instalada”. Em determinados casos, o sofrimento traumático pode ser um dos responsáveis pelo se

Suicidas já foram crianças

Por Patrícia Ortiz Os pais de João o chamaram estranhando que ainda não havia acordado. A mãe abriu a porta, e sem voz, chorou ao ver o corpo sem vida. O pai ligou para a emergência. O rapaz não deixou carta. Não demonstrou seus problemas. Não aos seus pais. O pai chegava em casa toda noite com um doce. Um suborno que inutilmente servia para compensar sua falta de atenção. A mãe nunca olhou o filho por quem ele era. Sofria demais fugindo do próprio reflexo do espelho. E procurava compensar com toda a atenção e carinho que pudesse dar. Inutilmente. Pois o menino cresceu sentindo-se isolado do mundo. A criança se convenceu que era um fardo para os pais. Acreditava que o mundo ficaria melhor sem ele. E por isso fez por merecer. Nascer e crescer em um mundo que os pais não têm tempo. Todos trabalham, estudam, e lutam em busca de uma vida melhor. Todos sonham em dar o melhor para os filhos. Dão dinheiro, roupas, casa, carro, brinquedos. João era o que mais ganhava presentes. Possuía

Política e Boatos

Na política que tanto se expande o boato é quem entra mais em cena, tem político com mente tão pequena que somente o nariz se torna grande. Pois não sabe ser sábio como Gandhi, como Buda não é iluminado, com o Messias não é entronizado, mas é Cão, porque vive a ‘lançar setas’, parecendo peleja de poetas quando cantam martelo agalopado. O boato é conversa de quem mente ou quem tem uma mente sem ser sã, dar ouvidos a ele é coisa vã mas tem quem dê ouvidos totalmente. Ao invés de fazer andar pra frente, o boato só leva para trás. Eu me lembro do que falam meus pais: “As palavras depois que são faladas, mais parecem com flechas atiradas: quando soltas, não há quem prenda mais”. Isso é uma coisa tão medonha tem boatos demais se espalhando os idílios sutis proliferando não constroem o lugar que a gente sonha. É preciso que alguém venha e proponha uma forma melhor de proceder, com pureza, com classe, com saber, mas eu vejo o contrário do sonhado, vejo gente por tudo quanto é lado falar mui

A modernidade e as amplas prateleiras do mercado religioso

Por Ed René Kivitz, pastor da Igreja Batista de Água Branca Apavorado ante o mistério da imensidão do cosmos e perdido em termos de sentido para a existência, o ser humano buscará sempre seus deuses, fabricará seus ídolos e se curvará diante do “mysterium tremendum”. O aspecto mais relevante do novo cenário religioso no Brasil, revelado por pesquisas recentes, é o surgimento de uma nova personagem: o religioso não institucionalizado, que busca uma experiência de espiritualidade não tutelada pelas hierarquias das religiões formalmente organizadas em termos de dogmas, rituais e códigos morais. Vivemos os dias da religião sob medida, montada por consciências individuais que misturam os ingredientes disponíveis nas prateleiras do mercado religioso. O sociólogo Otto Maduro define religião como “conjunto de discursos e práticas referentes a seres superiores e anteriores ao ambiente natural e social, com os quais os fiéis desenvolvem uma relação de dependência e obrigação”. As ciências

Paulo Nailson desfilia-se do PT

Depois de pouco mais de dez anos filiado e militando quero explicar melhor essa opção, em respeito a quem compartilhou a atividade política comigo no PT, e a quem por três vezes nos acompanhou nas eleições internas do partido. Saio do PT, onde conquistei grandes amigos e ainda mantenho um profundo respeito e gratidão, para afirmar a possibilidade de outro tipo de atuação política. O que sempre aprendi sobre o PT, e sempre busquei viver estando nele, foi sua identificação e atuação junto aos movimentos sociais. Ajudando na formação e organização do povo para fazer valer seus direitos e, conseqüentemente levar esse povo a uma atuação mais ativa nas questões políticas. Os anos se passaram e dei minha parcela de contribuição ao partido da melhor forma possível, seja na organização interna, nas campanhas eleitorais, na relação com os demais partidos do campo de esquerda, na militância e nas diversas frentes de luta social. Aos companheiros e companheiras que ficam e que continuam pretende