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domingo, 4 de maio de 2025

Vou levar Lady Gaga para ouvir um baião de viola nordestina - Jénerson Alves


Mote e glosas: Jénerson Alves


 

Foto: Wikipedia

Lady Gaga, cantora americana,
É famosa demais no mundo inteiro,
Fez um show lá no Rio de Janeiro
Que, de graça, lotou Copacabana.
Vou levá-la, qualquer fim de semana,
Para ouvir a viola que se afina,
De Lucinha Saraiva, Minervina,
João Lourenço, Hipólito e Moacir.
Vou levar Lady Gaga para ouvir
Um baião de viola nordestina.

 

A cantora, que é muito afamada,
Brilha em palcos do sul, norte e oeste,
Venha ver as belezas do Nordeste,
Escutar o forró numa latada.
Conhecer o que é uma buchada,
Degustar, com pão doce, cajuína.
No Sertão, Pepsi Cola não fascina,
E hamburger é ruim para engolir!
Vou levar Lady Gaga para ouvir
Um baião de viola nordestina.

 

Essa diva famosa canta bem,
Do sucesso, subiu em seus andaimes,
Canta “Shallow”, “in all the good times”,
“Zoombieboy”, “Paparazzi”, “Shadow of a Man”.
Venha cá, no Nordeste, que aqui tem
O balanço feliz da concertina,
O cheirinho de Dona Carolina,
E Samarica Parteira pra acudir,
Vou levar Lady Gaga para ouvir
Um baião de viola nordestina.

 

Venha aqui, pra quebrar todo tabu,
Com o campônio sabido dialogue,
Troque um pouco o sabor do hot-dog
Por cuscuz, tapioca e por beiju.
Venha ao Pátio que tem Caruaru,
Vá ao Parque do Povo de Campina,
Onde a moça que tem cintura fina
Rodopia e balança sem cair,
Vou levar Lady Gaga para ouvir
Um baião de viola nordestina.

 

Lady Gaga tem muita melodia
No manejo das notas musicais,
Nas colcheias, nas fusas liriais,
Na guitarra, piano e bateria;
Mas escute a autêntica cantoria
Da bucólica poética genuína,
Que a rima parece uma turbina
E o poeta faz verso reluzir,
Vou levar Lady Gaga para ouvir
Um baião de viola nordestina!

quarta-feira, 17 de novembro de 2021

Sammis Reachers lança novo livro; confira entrevista exclusiva

 


Nascido em 1978, o autor fluminense Sammis Reachers tem uma profícua produção literária. Ele é poeta, escritor, editor e antologista. Agora, está lançando o livro ‘Renato Cascão & Sammy Maluco: uma dupla do balacobaco’. Na obra, o autor – que, embora natural de Niterói-RJ sempre viveu no município fluminense de São Gonçalo – relata as peripécias vivenciadas nos anos 1980. O livro impresso está disponível para a venda em contato com o autor. A versão on-line é gratuita.

Sammis Reachers conversou com o nosso blog com exclusividade, contando detalhes de seu trabalho. Confira:



Você é autor de vários livros de poesia e de prosa. Como surgiu a ideia de escrever ‘Renato Cascão e Sammy Maluco’?

Eu mantenho uma coluna num jornal local daqui do município de São Gonçalo-RJ, nomeado justamente de Jornal Daki. Ali tenho a liberdade do editor para publicar contos, crônicas e artigos. Um dia, ao publicar um “causo” de humor acontecido, nos idos dos oitenta, aqui no bairro, a título de crônica, me despontou a ideia de criar mais textos na mesma linha. Logo surgiu a ideia de um livro enfeixando as crônicas, acrescido de muitas outras e tendo por tema de fundo minha amizade com o Renato, um amigo do tempo que infelizmente já não está entre nós. Assim, a vontade de narrar se uniu ao desejo de homenagear, de alguma maneira, a memória do amigo.



Escrever humor é um desafio?

Sim, escrever humor é desafiante! Sempre sonhei em trabalhar com prosa de humor, mas isso demorou a acontecer, pois a poesia veio primeiro e ocupou bastantes espaços (rsrs). O prazer de fazer as pessoas sorrirem é inigualável. Um meu livrinho anterior, Rodorisos: Histórias hilariantes do dia-a-dia dos rodoviários, foi minha “estreia” no gênero, e sua repercussão foi tão positiva, notadamente entre pessoas que quase ou nunca haviam lido um livro antes, que entendi que o mar estava favorável. E assim temos navegado neste oceano tão prazeroso tanto para quem lê, quanto para quem escreve.






O livro traz um olhar sobre a infância de algumas décadas atrás. Há uma nostalgia nas narrativas?

Sim, há um tom nostálgico perpassando a narrativa. A década de oitenta, palco dos eventos, tem toda uma peculiaridade, e falar sobre ela traz, por si só, um saudosismo. A infância também era outra, pois fui das últimas gerações a aproveitar a rua na acepção positiva e plena do termo. Assim, o leitor de mais idade certamente se identificará com os relatos, até mesmo pela, de certa forma, universalidade dos mesmos.



Com o advento da internet, você acha que as novas gerações ficarão distantes de brincadeiras mais pueris, como as apresentadas no livro?

Infelizmente esta é uma certeza, constatável ao simplesmente sair portão de casa afora, seja aqui nas ruas algo violentas do RJ, seja aí em seu estado, pelo menos nas maiores cidades. O apelo da internet, redes sociais e jogos eletrônicos é fenomenal, e difícil de ser “combatido”, se é que podemos utilizar essa palavra, por atividades que envolvam o mano-a-mano, o movimento físico e lúdico característico das brincadeiras “de rua”.

Creio que cabe aos pais ensinar a seus filhos algo desse riquíssimo patrimônio cultural que nos formou, antes que ele se perca, ou subsista apenas em páginas de livros e rolos de filmes documentários.



Quem quiser adquirir a obra, como deve fazer?

A obra é facultada a todos, na sua versão em PDF. O download é gratuito! Já para aqueles que desejam adquirir o livro impresso, podem escrever para meu e-mail: sreachers@gmail.com . O livro possui 116 páginas e é ilustrado. O custo é de 25 reais, já com frete por Correios incluído. A tiragem inicial foi pequena, mas há boa possibilidade de, dentro de algum tempo, fazermos uma nova prensagem.


Para baixar o livro em PDF, clique aqui.



Vou levar Lady Gaga para ouvir um baião de viola nordestina - Jénerson Alves

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