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Mostrando postagens de 2015

Os dez mandamentos

por Jénerson Alves (texto publicado na coluna Dois Dedos de Prosa, do Jornal Extra de Pernambuco) Não assisto a novelas. Aliás, pouco assisto televisão. Toda vez que alguém liga o aparelho lá em casa, eu entro no quarto e leio um livro. Porém, pelas redes sociais foi que descobri que existe uma novela com o mesmo título do capítulo 20 do livro bíblico de Êxodo. E que, durante a semana, houve a exibição da clássica cena da passagem pelo Mar Vermelho. A produção chegou a alcançar o primeiro lugar no Ibope, com 31 pontos de audiência em São Paulo – e m Recife, teve média de 32,5 pontos. Na realidade, eu me recordava do filme 'Os dez mandamentos', dirigido por Cecil B. DeMille e estrelado por Charlton Heston e Anne Baxter. A obra, dos anos 50, é considerada um dos melhores filmes de todos os tempos. O enredo, claro, é a vida de Moisés, personagem bíblico que foi colocado nas águas em um cesto, mas foi adotado por uma princesa egípcia e depois tornou-se o libertador dos he

Da Reforma à Bancada Evangélica

por Jénerson Alves Dificilmente o dia 31 de outubro é lembrado por causa da Reforma Protestante. Boa parte da população, inclusive evangélica, associa a data à celebração do Halloween. Esse fato não causa espanto, uma vez que as doutrinas bíblicas levantadas pelos reformadores estão cada vez mais distanciadas dos púlpitos, dos lábios e do coração do povo que se autodenomina “de Deus”. O movimento liderado por Martinho Lutero em 1517 era contrário às indulgências, mas atualmente o lobby político, o suborno do dízimo e a fixação fetichista por poder secular têm sido as características preponderantes de uma Igreja que abandonou os passos de Jesus. Atualmente, assim como no século XVI, as divergências entre a prática dos cristãos e a fé professada são gritantes. Se, no famoso texto da Carta a Diogneto (considerada “a maior joia da literatura cristã primitiva”), os cristãos são comparados à alma do mundo, que, “mesmo vivendo em cidades gregas e bárbaras, conforme a sorte de cada um,

Requiem

Entrevista com o senador Cristovam Buarque (PDT-DF)

Ainda trabalhando no Jornal Extra de Pernambuco, tive a oportunidade de entrevistar o senador Cristovam Buarque (PDT-DF), quando da sua passagem por Caruaru, em 25 de setembro de 2015. A entrevista foi publicada no seminário e agora eu a reproduzo aqui. Confiram: JORNAL EXTRA – Senador, ontem (24 de setembro), o senhor esteve no Teatro Santa Isabel, em Recife, assistindo ao espetáculo ‘Auto das Sete Luas de Barro’ e sendo homenageado. Que avaliação faz daquele momento? Crédito da foto: Arnaldo Felix/Divulgação CRISTOVAM BUARQUE – Para mim, foi muito emocionante, porque o Teatro Santa Isabel é muito marcante em minha vida. Eu cresci indo para o Teatro Santa Isabel. Lembro-me que foi lá a primeira vez que fui a um concerto de música. Era um concerto de piano. Eu tinha 15 anos. Marcou-me muito porque eu fui sozinho, eu estava aprendendo a andar sozinho à noite no centro do Recife. Depois, fui muitas vezes ao Teatro Santa Isabel, quando estudante. O que me tocou muito ontem

Quando eu digo ‘amo você’

por Jénerson Alves  Eu possuo um vocabulário particular. As palavras, quando ditas por mim, dificilmente estão revestidas do mesmo significado atribuído a elas por outras pessoas. Acho que é por isso que sou tão incompreendido. Você sabe que tenho um modo de falar um tanto grosseiro, um tanto pesado, um tanto desconexo... Desconverso, me verso, sou o inverso do sucesso. Portanto, pelo menos com relação ao ‘amor’, eu gostaria de ser entendido. Não que eu necessite ser entendido por todo mundo. Basta que você me entenda. Afinal de contas, você é o meu mundo. Eu quero que você saiba que quando eu digo ‘amo você’ não estou dizendo que lhe darei a lua, as estrelas, o céu ou a terra. Quando eu digo ‘amo você’, não estou lhe prometendo noites tresloucadas de prazer nem aventuras eróticas em praias desertas (ou povoadas). Não estou dizendo que me subjugo ao seu modo de pensar nem de agir. Não estou decretando que minha presença será certeza em todos os momentos. Não estou garantindo

Não transformem o Evangelho em má-notícia!

por Jénerson Alves Pastores, presbíteros, diáconos, pregadores, evangélicos, enfim... Ouçam o meu clamor: não transformem o Evangelho em má-notícia! Clamo por isso, embora sabendo que o Evangelho, em essência, é Jesus, por isso jamais poderá ser má-notícia, mas apenas a boa-notícia da reconciliação do mundo com Deus, através de Cristo. Mas, quando não se vê Jesus como Emanuel, como Deus Conosco, o Evangelho deixa de ser Evangelho e passa a ser má-notícia. Quando a compreensão de um Jesus Bom Pastor dá lugar à de um Jesus déspota, controlador, medidor de detalhes, castrador da vida, o Evangelho deixa de ser Evangelho e passa a ser notícia do inferno, preâmbulo do abismo, sinônimo de trauma e dor. O verdadeiro Evangelho liberta. Mas a libertação só vem por causa do Amor. Somente quem é imerso no Oceano do Amor de Cristo consegue se entregar no rumo da obediência. Não utilizem os púlpitos para disseminarem doenças, nem maldições, nem perversões. Não ensinem os pais a

Eu escolhi escolher (e prepara que eu escolhi fazer textão mesmo!!!)

por Bela Barbosa Recentemente, numa rodinha de amigas da escola, vi que uma das meninas usava duas ou três pulseiras do movimento Eu Escolhi Esperar. Não simpatizo muito com esse tipo de manifestação, mas fiquei na minha. O direito que ela tem de ser adepta, eu tenho de não ser. Foi então que as outras se dispersaram e ficamos apenas eu e ela, no que a mesma tirou uma das pulseiras e me ofereceu, dizendo “Bela, toma uma dessas!”. Eu agradeci, no entanto, recusei. “Mas você não é cristã? Tem que casar virgem, menina!”, replicou, no que teve como resposta uma feição minha meio debochada, “Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa”, falei, “Casar virgem, ser cristão e ser adepto do Eu Escolhi Esperar são coisas bem distintas”. Ainda ontem, estava na casa do meu namorado conversando com ele sobre sexo (nota para o meu pai, José Barbosa Junior: estávamos conversando sobre, não fazendo, relaxa) quando tocamos no assunto do famoso EEE. Ambos concordamos que o movimento, além de

Dia do Pastor

Sim, é verdade que atualmente vê-se pseudo pastores que distanciam as pessoas de Deus e só querem sugá-las, ganhar dinheiro alienando-as, que deturpam as Sagradas Escrituras e não se importam com o bem mais precioso do Universo: a vida humana. Sim, é verdade também que ainda há pastores sérios, que valorizam o chamado ministerial e que, literalmente, entregam-se para expandir as consciências de suas ovelhas, ministrando a Palavra e expressando com ações a mensagem do Evangelho. A esses, minha homenagem e agradecimento: 14 de junho é Uma data especial Com aspecto divinal, Pois é Dia do Pastor. Esse homem consagrado Que vive sempre cuidando, Ensinando, apascentando As ovelhas do Senhor. Que ora de madrugada Pelas ovelhas que tem. Mesmo assim, acorda bem Cedo, cumprindo a missão De pregar o Evangelho, De procurar os perdidos, Batizar os convertidos E zelar pela comunhão. O mundo é sua paróquia, A semente, o grão que lavra, Vai proclamando a Palavra Do Deu

Cordel reconta a história da Igreja Batista no Brasil

Estudar a história da Igreja é de grande relevância para melhor conhecer a caminhada da fé. Sob essa premissa, o poeta cordelista pernambucano Jénerson Alves, também jornalista, escreveu o folheto intitulado ‘A História da Igreja Batista no Brasil em Versos de Cordel’. A obra, de 20 páginas, utiliza a estrutura da literatura nordestina como uma ferramenta de registro histórico da vida e das ações de homens e mulheres que foram usados por Deus na transmissão da mensagem do Evangelho, implantando comunidades batistas por todo o território brasileiro. De acordo com o autor, a inspiração para escrever o cordel partiu de uma análise do tempo presente. “Vivenciamos um momento de grande expansão de igrejas evangélicas, sobretudo de linha pentecostal e neopentecostal. Nesse cenário, acho que é pertinente conhecermos a nossa história, pois apenas com uma memória vívida podemos adquirir identidade e compreendermos melhor o nosso papel enquanto no mundo”, analisa Jénerson Alves, que é membr

“O Sublime se veste de simplicidade”

Aprendemos a entender Deus como um Ser etéreo, que paira nos mais altos céus. Ora com uma mão de ferro, para nos julgar, ora totalmente desinteressado com nossas angústias e inquietações. Na Bíblia, vemos a revelação de um Deus que sempre fez de tudo para se relacionar com o ser humano. No Antigo Testamento, Ele próprio estabeleceu uma tenda para que pudesse estar com Israel no deserto. No Evangelho, Ele se fez carne e habitou entre nós. Atualmente, Ele mora dentro de quem O invoca. A manifestação dEle não se traduz em pirotecnia, em grandes milagres, em eventos gigantescos, nem em pressões políticas. Pelo contrário. O Eterno habita na senda do transitório, do efêmero. O Sublime se veste de simplicidade. Seu aroma é percebido nas mais puras expressões de amor. No carinho de um filho para os pais (e dos pais para os filhos), na mão que ajuda o necessitado, na lágrima que rola por causa da dor alheia, no riso sincero pelo bem comum, no brilho do olhar que revela esperança. 

Em trevas

Às vezes, nos sentimos envoltos em densas trevas, sem a mínima condição de enxergar um palmo à nossa frente. Estamos sentados à beira do caminho, ouvindo barulhos e sussurros que nem sempre compreendemos. Somos ignorados por uma multidão que passa apressadamente. Nessas situações, cabe a nós agir como o cego Bartimeu. Ao perceber que Jesus passava, ele tão-somente pôs-se a gritar: "Filho de Davi, tem misericórdia de mim!". Bartimeu sabia que Jesus é a Fonte da Luz, que clareia o caminho de nossa existência. Com possibilidade de enxergar, podemos percorrer a estrada, ao invés de ficarmos sentados. Conseguimos uma compreensão além dos barulhos e sussurros que nos circundam. Não nos preocupamos mais com a multidão. Preferimos o Caminho Estreito, no qual o Rei está conosco. (Jénerson Alves)

Nuances...

Somos acostumados a condicionar nossas mentes. Ideologias, idílios, padrões que nos impelem a enxergar um mundo imaginário. Queremos que a realidade se adéque à nossa vontade. Mas não é assim. Não temos domínio. Nada sabemos sobre o amanhã. Não sabemos definir qual a melhor estratégia hoje, nem os impactos dela para o devir. Não temos como traçar a rota. Há coisas que dão errado. Há casamentos que são desfeitos (muitos destes, antes mesmo de serem feitos). Há erros que simplesmente 'acontecem'. Há crenças que deixam de fazer sentido. Há amores que vão embora. Há feridas que sangram e sangram... E não páram. O melhor que podemos fazer é sentir o nosso espírito em consonância com a fluidez da vida. É pedir que o Autor se apresente, de alguma forma, também como personagem (pois só assim é possível que aconteça relação). Dúvidas, incertezas, inquietações. Isso tudo faz parte da existência. A única certeza de tudo é que um dia seremos nada. Porém, acima desta certeza, há uma esp

Tremores de terra em Caruaru viram mote de cordel

Os famosos 'estrondos' sempre deram o que falar em Caruaru. O fenômeno acontece de maneira cíclica e voltou à pauta no início do mês, quando novos tremores foram sentidos pela população. Esse assunto se tornou 'mote' para o poeta Jénerson Alves, que também é jornalista, desenvolver uma literatura de cordel. Com o título 'Tremores em Caruaru', a obra retrata, com bom humor, as diversas reações da população e o clima de 'mistério' gerado pelos fenômenos naturais. De acordo com o autor, o livreto busca cumprir o papel da literatura popular de registrar o imaginário do povo sobre fatos que o rodeiam. "As brincadeiras sobre o tema nas redes sociais e as várias versões populares sobre as causas dos abalos - como a clássica versão que o monte é um vulcão - fazem parte da abordagem do cordel", explana. Contudo, o cordelista acentua que o livreto também traz elementos científicos e históricos, servindo de material educativo. Os livretos estão