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Mostrando postagens de 2022

Aquela faminta e atra mulher... - por Jénerson Alves

  O ano de 2022 está indo embora, levando consigo, ‘no apagar das luzes’, o Rei do Futebol. Outras personalidades também partiram ao longo dos últimos 12 meses, como a Rainha Elizabeth II, a escritora Nélida Piñon, a cantora Gal Costa, o cineasta Jean-Luc Godard, a atriz Claudia Jimenez, o humorista Jô Soares, o cantor Rolando Boldrin, a escritora Lygia Fagundes Telles, a pastora Ludmila Ferber, o cronista Arnaldo Jabor, a cantora Paulinha Abelha e o filósofo Olavo de Carvalho. Distante das manchetes jornalísticas, também houve perdas. Viúvas lamentaram, órfãos choraram, netos derramaram prantos. A Morte, chamada por Augusto dos Anjos de “faminta e atra mulher”, possui uma fome insaciável. E democrática. Ela não distingue posições políticas, cor da epiderme, posição social ou origem regional. “O caixão negro não dispensa passageiro”, canta o poeta cearense Francisco Emídio. Eu fui um dos tantos que choraram a perda de entes queridos neste ano. Às vezes, pranteio sem lágrimas

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  Conhecida como o berço da poesia e do cancioneiro popular, a região do Pajeú vai abrigar a primeira edição do Festival Sertão A Dentro. De 3 a 7 de novembro, Serra Talhada torna-se palco para cancioneiros da cultura popular nordestina. A programação gratuita do evento prevê ação formativa, gravação de documentário e shows. O Festival inicia na próxima quinta-feira (3), com a oficina educativa “Canções do sertão: poesia e memória”, destinada exclusivamente para os alunos da Escola Municipal Imaculada Conceição, localizada na zona rural da Capital do Xaxado.  Na sexta-feira (4) é a vez da roda de prosa, poesia e cantoria realizada na Fazenda Barreiros e reservada à comunidade local. Chamado de vivência, o encontro conta a participação de Cátia de França, Reinivaldo Pinheiro, Agda, Dayane Rocha, Cantoria Crua e PC Silva. Desse encontro, o projeto prevê a gravação de um documentário. Já no sábado (5), os mesmos artistas se apresentam na Concha Acústica, praça pública no centro de Serra T

Inscrições abertas para oficinas de dança em Belo Jardim

Buscando promover ações formativas de aprimoramento técnico e de criação para artistas da dança e público em geral, o Interior Coletivo oferece 4 oficinas gratuitas dessa linguagem na cidade de Belo Jardim, Agreste Central. As inscrições para o Circuito Dança Jardim vão até o dia 2 de novembro e podem ser realizadas aqui. As 15 pessoas selecionadas vão passar por uma audição na próxima sexta-feira (4) para que apresentem um pequeno solo de dança. No sábado (5), as oficinas iniciam com a dançarina caruaruense, Renata Lima, abordando os ritmos populares de Pernambuco. Encerrando o primeiro final de semana (6), é a vez da vivência com o Coletivo Interior. O segundo final de semana se dedica a abordar os princípios dos movimentos com ênfase no espaço, tempo e improviso. Intitulada de “Introdução à prática de dança”, a oficina é realizada pela dançarina Gardênia Fernandes e a educadora Marcela Felipe.  A relação da dança com o teatro é o tema da terceira aula que é proposta pela atriz, bail

“A Bíblia é o maior manual de instrução econômica que existe”, diz Joseildo Amâncio

  Autor do livro ‘O Retorno de Jó’, Joseildo Amâncio conta detalhes sobre a obra e adianta alguns de seus projetos literários. Confira: O senhor lançou recentemente o livro ‘O Retorno de Jó’. Como surgiu a ideia de escrever essa obra? Já lancei quatro livros no período de dez anos: “Um convite à reflexão” em 2007, “Enriquecendo a vida” em 2008, “Superando conflitos” em 2009, e “Recuperando a paz financeira” em 2011. Cheguei a vender mais de dez mil exemplares. Mesmo assim, resolvi não fazer reimpressões dessas obras que esgotaram-se, pois resolvi mudar o foco. Passei dez anos sem publicar nada. Após uma profunda crise no contexto comercial, fui despertado a refletir sobre o livro de Jó de uma maneira especial. A partir dessa experiência surgiu o desejo de escrever sobre o personagem Jó numa versão diferente. Meu objetivo era desenvolver um livro não de ideias utópicas, mas um retrato de características humanas, que objetivava enriquecer a nossa existência. Um texto diferenciado,

Versos ao Brasil – por Jénerson Alves

  Ó, Brasil, onde Cabral Chegou através dos mares. Há beleza nos teus ares, No teu clima natural! És filho de Portugal, Pra que registrado fique, Que se orgulhe e publique Erguendo a vitória o punho, És, ainda, o testemunho Da profecia de Ourique. Tu vens de divinos planos, Que ornamentam teus passos, Preenchendo teus espaços Com legados lusitanos, Indígenas e africanos, Todos numa trajetória, Uma luta que traz glória Pois é, sobretudo, bela! A tua história revela As cores da nossa história. Lembrando o bicentenário Desta tua Independência, Eu exalto a opulência Do teu povo a todo horário! Do lavrador, do operário, Dos que na labuta vão Dando vida e coração, Que é a maior das artes, Verdadeiros baluartes Construtores da nação. Eu oro com confiança De maneira varonil, Também proclamo ao Brasil A mensagem da mudança: Cristo, a única esperança, Sobre o qual não há ressalva, Ele faz raiar a alva, Tornando o povo feliz, Vou te falar, meu país,

“O cordel exige regras que devem ser respeitadas”, explica Espingarda do Cordel

  Continuando nossa série de entrevistas, conversamos com o poeta popular Espingarda do Cordel. Ele faz uma análise do cenário cultural e conta um pouco de sua história e projetos. Confira: O seu nome é ‘José Antonio’. De onde veio a ideia de assinar os trabalhos como ‘Espingarda do Cordel’? Surgiu a partir de um concurso do qual participei, realizado pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). O mesmo exigia em seu edital que os cordéis concorrentes não fossem inscritos com o nome original do autor e sim com um pseudônimo para não tendenciar o julgamento da comissão. Por sugestão de um grande amigo, o qual também é poeta e escultor na madeira, chamado Chico Matuto, foi que coloquei o nome Espingarda do Cordel. Tendo uma boa colocação no concurso e sendo visto de forma única e engraçada pelas pessoas, vi que seria um nome marcante para se trabalhar e hoje é o meu nome artístico, adotado há mais de 17 anos. Essa é a história, mas o significado é q

Poeta, como estão as musas?

  Sorriso fácil, olhar singelo, andar humilde. Essas eram algumas características do poeta Zé Vicente da Paraíba. Lembro-me de uma vez que me deparei com ele em um ônibus. Ele se sentou ao meu lado, perguntando: “Poeta, como estão as musas?”, referindo-se à inspiração para compor novos trabalhos. Eu ainda era um adolescente, com pouca criatividade. Ele me incentivou a continuar escrevendo e me entregou um papel com o mais recente poema da sua lavra, naquele momento. Estávamos no início dos anos 2000. Era fácil topar com Zé Vicente pelas ruas de Caruaru, seja no Museu do Cordel, no Projeto Bebendo Poesia, na Fafica ou nas emissoras de rádio, mais precisamente nos programas de repentistas. Por trás de um corpo debilitado pela idade, havia um espírito iluminado, que diariamente bebia da fonte etérea da poesia. Tive o privilégio de ouvi-lo cantar em um pé-de-parede no Bar do Vinho, tradicional estabelecimento situado no bairro do Cedro, onde eram promovidos eventos poéticos. A

Andreza Ferreira: “Gosto de fotografar as coisas como elas são”

  Vamos começar mais uma série de entrevistas semanais no Instagram e no Blog. Agora, com a fotojornalista Andreza Ferreira, que fala sobre os desafios e as delícias da arte de fotografar. Confira. Na sua opinião, fotografia é arte? Sim, eu considero arte, porque requer habilidade e sensibilidade no olhar. Isso são características de um artista. Há fotógrafos e fotógrafos. Há crianças que fotografam bem, no enquadramento correto, por exemplo; mas existem os artistas, que contam uma história em uma foto – ou em um ensaio, que é uma sequência de fotos no mesmo ambiente. Às vezes, nem precisa contar uma história, mas retratam uma pessoa captando uma expressão da pessoa em uma foto só. Você faz fotografia lifestyle de família. Quais os desafios e delícias deste segmento? Fazer fotografia lifest yl e de família é uma das minhas favoritas. Para mim, o maior desafio é lidar com uma cultura impregnada em algumas famílias de querer fazer fotos iguais às de outras pessoas. Entendo q

Jefferson Moisés e Jénerson Alves lançam cordel em Caruaru nesta quarta-feira (06)

  Foto: Amanda Freitas/Divulgação  Consolidando uma parceria poética, os cordelistas Jefferson Moisés e Jénerson Alves irão lançar um novo título de cordel em Caruaru nesta quarta-feira (06). A obra, intitulada ‘Bata em mim que eu quero ver’, registra um ‘desafio’ (confronto de poesia) travado pelos artistas recentemente através das redes sociais. O poeta Jefferson Moisés explica que a iniciativa gerou uma grande aceitação do público. “Os desafios de repentistas são naturais em cantorias e festivais. Pensando nisso, fizemos uma peleja virtual que ‘bombou’ de comentários em nossas redes. Esse cordel traz o registro impresso dos versos, escritos com muito bom humor”, conta.  Para Jénerson Alves, o folheto ainda é uma forma de integrar duas artes distintas. “O cordel e a cantoria são dois ‘galhos’ da árvore da poesia popular. Através deste folheto, buscamos unir os dois universos e valorizar o formato tradicional da literatura de cordel”, comenta. O lançamento será nesta quarta-feira (06)

Não sei para que vivo - por Jénerson Alves

  Sinto a morte bem perto de mim. Encarno o eu-lírico de Álvares de Azevedo ao afirmar: “Já da morte o palor me cobre o rosto”. Não sei explicar bem, mas parece-me que, ao lado da morte, está a vida. É como se diante da morte, eu terei de dar conta das razões pelas quais vivi – ou, pelo que tentei viver. Se é que vivi… Em meus ouvidos, ecoam vozes de uma assustadora cantiga medieval: “ Dime, pecador si en gracia no estás Cuando Dios te llama a su tribunal Tu seno de culpas allí se verá Y aun las más ocultas, patentes serán” Sim. O que estava oculto se torna manifesto, mas, o que há de manifestar-se? Serei eu um Judas, que trocou Jesus Cristo por dinheiro? Teria eu a coragem (ou covardia) de trair o Cordeiro com um beijo? Serei eu um Dimas? Talvez minha vida seja um emaranhado de fugas e roubos… Mas, quem sabe cravado na cruz dos meus pecados possa, com o coração contrito e liberto, balbuciar: “ Jesum Domine memento mei cum veneris in regnum tuum”. De

“ O caruaruense não tem subterfúgios ou enrolação”, diz poeta Carlos Paiva

  Um recifense apaixonado por Caruaru. O escritor Carlos Paiva lançou o livro "O Rio A Cidade O Tempo O Mundo" na semana de aniversário da Princesinha do Agreste. Ele falou conosco sobre os objetivos da obra e o seu sentimento pela cidade que abraçou para viver. Qual o ‘encantamento’ que o fez e faz escrever sobre Caruaru? O que me impressiona nos caruaruenses são três pontos. O primeiro é o empreendedorismo. São pessoas empreendedoras, que querem vencer na vida. O segundo é a objetividade, o aspecto de ‘dizer na cara’ o que sente; isso é muito interessante. O caruaruense não tem subterfúgios ou enrolação; ele diz. O terceiro ponto é a capacidade de abraçar as pessoas que o caruaruense tem. Eu me senti abraçado pelas pessoas, pela cidade. Fui me encantando diuturnamente e estou aqui há 33 anos. Cheguei aqui em agosto de 1988, lembro-me bem. Aposentei-me e decidi continuar aqui. O Rio Ipojuca ganha atenção especial no seu livro. O que o motivou a escrever sobre o

Semana Nacional dos Museus começa nesta segunda

  O Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) disponibilizou a programação da 20ª Semana Nacional dos Museus. O evento ocorre entre os dias 16 e 22 de maio de 2022. Entre as atividades previstas estão shows, teatro, seminários, cinema, visitas mediadas, lançamentos de livro, workshops, entre outras. O tema desde ano é O Poder dos Museus. “O Poder dos Museus está presente em suas ações de pesquisa, preservação, conservação, educação, comunicação, ação cultural, gestão, inovação tecnológica, cumprimento de suas funções sociais e criação de repertórios para o futuro. Os museus são construtores de futuro e por isso são poderosos”, informou, em nota, o Ibram. Para a programação deste ano, há 877 museus participantes e 2.587 eventos cadastrados. Ao todo, estão inscritas 379 cidades de 26 estados. O guia de programação, separado por município, pode ser  acessado aqui . Foto: Fernando Frazão/ABr Semana Nacional de Museus A Semana Nacional de Museus é uma das ações da Política Nacional de Museus d

Liz Valente: "A arte naturalmente cria pontes entre as pessoas"

   Cantora, compositora, desenhista, arquiteta. Liz Valente possui múltiplas faces artísticas, que apontam para a condição humana e a eternidade. Nesta entrevista, ela conta um pouco da sua trajetória e dos seus sonhos. Confira: Você é uma multiartista, que compõe, canta, desenha e tem vários outros talentos. De onde vem essa pluralidade de performances? Cada pessoa é sua própria pluralidade, acontece que eu achei vários escapes no campo artístico. Demorei para entender que sou uma artista generalista, por muitos anos vivi uma certa ansiedade por escolher um meio apenas música ou desenho ou teatro ou escrita..etc. mas estou em paz com o fato que há espaço no mundo também para os generalistas.  Minha tra j etória artística começou na faculdade quando escrevi e atuei em uma peça de teatro chamada "Eu em quatro pessoas"; tomei gosto e acabei escrevendo e atuando em outras três peças. O teatro é legal porque ele une todas as linguagens. Desde o cenário, as roupas e maquiagens, at

Raianne Santos retrata as dores e delícias de ser mãe

  Escritora e policial, Raianne Santos descreve os desafios atuais de ser mãe. Nesta entrevista, ela conta um pouco de sua história e projetos editoriais. Confira: Você é autora do livro ‘Mãe Moderna’ (Literando Editora). De que trata a obra? Sou autora dos livros "Mãe moderna e filha". No livro, falo sobre a maternidade, a luta, a superação. Além da loucura e correria geradas pela aventura da criação dos filhos, as mães reais precisam lidar também com julgamento, comparação e muita ansiedade, além da alegria, a dor e os infortúnios de suas próprias histórias. Através da leitura de "mãe moderna", você percorrerá o caminho dos principais dilemas maternos. As delícias e as dores de ser mãe, são retratados em histórias inspiradoras na visão de uma mãe que as exprime de forma envolvente. Em sua escrita, há muito do ‘ser mãe’. Como a maternidade mudou sua vida? A maternidade foi um divisor de águas, foi uma descoberta do amor mais verdadeiro, também a perce

Adélia é fogo! - por Jénerson Alves

  Divulgação/Record Talvez por causa do frio, hoje me deu vontade de ler Adélia Prado. A mineira de versos encantadores tem o poder de apresentar um certo ‘deslumbramento original’ no cotidiano. Ao descrever cenas do interior de Minas Gerais, ela mais parece descrever as cenas do interior do meu coração. Aliás, não somente do meu. Do nosso. Da humanidade. Acho que foi tomado por esse sentimento que Drummond registrou sua célebre afirmativa: “Adélia é lírica, bíblica, existencial, faz poesia como faz bom tempo: esta é a lei, não dos homens, mas de Deus. Adélia é fogo, fogo de Deus em Divinópolis”. Ela mescla prosaísmo e cristianismo. O banal e o espiritual. A vida comum se torna extraordinária em cada verso. Sua fé traz os pés no chão e o coração no céu… Só sei que me deu vontade de ler Adélia Prado! Talvez por causa do frio, talvez por causa do mês… estamos em maio. Mês das mães, das flores, da família… Assim como Adélia, não tenho vocativos para chamá-lo. Só sei qu

Jefferson Moisés: “Sou apenas um brincante e misturador das palavras”

  P oeta declamador e cordelista consagrado, Jefferson Moisés é um dos mais autênticos defensores da cultura nordestina. Nesta entrevista, ele fala sobre a importância da Literatura de Cordel e os rumos desta arte na região. Confira: C onte-nos como começou seu envolvimento com a Literatura de Cordel... Jénerson, o primeiro contato com a poesia foi ainda na infância, mas eu não imaginava que se tratava de literatura de cordel, acreditava sim, que fosse apenas uma poesia contada por algum poeta, que foi justamente quando meu pai comprou uma fita cassete do poeta e cantor Amazan declamando essas poesias engraçadas, então acabei memorizando rapidamente e assim declamava para os amigos, eu me sentia bem fazendo aquilo mas, foi no ano de 2017 através do poeta Nelson Lima que eu tive esse interesse para ter o conhecimento do que era literatura de cordel e vi que era algo bem mais do que imaginava, uma literatura com regra, praticamente com matemática devido à sua metrificação, suas r

Monteiro Lobato e a Literatura Infantil no Brasil – por Jénerson Alves

Foto: Divulgação Se estivesse vivo, Monteiro Lobato completaria 140 anos hoje. Em alusão a ele, 18 de abril é o Dia Nacional da Literatura Infantil. O escritor foi bastante ativo na vida cultural brasileira, com obras em formato de crônicas, contos, ensaios e, principalmente, uma série de livros infantis. Esses livros se popularizaram e revolucionaram a literatura infantil em nosso país, ao introduzir a simplicidade e estimular o imaginário das crianças. Lobato foi um homem de várias atividades, como promotor, fazendeiro e jornalista. Ele é o verdadeiro fundador da indústria do livro no Brasil, além de ser um dos autores com maior contributo para nossa literatura. Sua entrada no mundo das letras foi por acaso. Em 1914, como agricultor, mandou uma carta ao jornal Estado de São Paulo, posicionando-se contra a queima das matas em fazendas. O jornal a publicou com destaque, fora da seção ‘Queixas e Reclamações’, estimulando-o a continuar escrevendo. Ao tomar gosto pela escr

“O Evangelho instiga o estudo, a análise, o exame que requer leitura”, diz Nédia Galvão

  Bacharel em teologia e p ós-graduada em ciência da religiã o, Nédia Galvão é colaboradora dO Jornal Batista e uma das mentes férteis que engrandece o país. Nesta entrevista, ela fala sobre os desafios da escrita e a relevância da leitura. Confira: Você tem uma vasta produção textual. Como despertou o talento para a escrita? Olá! Antes de tudo expresso minha gratidão por este honroso convite. Não me considero com uma vasta produção textual, sei que sou como uma gota d'água em um oceano de tanta gente boa que tem inúmeras obras produzidas. Mas, tenho sim alguns trabalhos, artigos e resenhas publicadas em revistas. Tenho um e-book e escrevi um capítulo em um livro multidisciplinar. Também tenho tido o privilégio de publicar alguns textos no Jornal da Convenção Batista Brasileira. Escrever para mim é uma forma de expressar e repassar conhecimento, simplesmente amo! Essa relação de intimidade com a escrita é desde minha infância. Sou da época da escrita cursiva, então lápis

Carta de um soldado romano à sua esposa - por Jénerson Alves

  Minha amada Lucrécia, Espero que estejas bem e saudável. Sempre rezo aos deuses por nossa família. Escrevo-te para dizer que nesta missão no poderoso exército romano tenho sido acompanhado pela saudade de ti. Oh, quanto pulsa meu coração com vontade de rever a ti e às crianças! Há neste sentimento um peso maior do que todo o arsenal da nossa legião. Quero, porém, relatar um fato ocorrido recentemente que muito me intrigou. Por esses dias, foi crucificado um certo Yeshua, que era chamado Rei dos Judeus. Fizemos para ele uma coroa de espinhos. Pusemo-la sobre ele e vestimo-lo com púrpura. Fitando seu rosto ensanguentado, zombamos dele e o esbofeteamos. Ele mantinha um inexplicável e inquietante silêncio. Foi mandado ao Calvário, carregando o lenho. Pena capital comum a tantos criminosos, como bem sabes, minha querida. Porém, confesso-te que havia algo distinto neste crucificado. Durante todo o tempo, seus olhos reluziam um certo brilho, para os quais eu não conseguia o

“Escrever é se desligar daqui para se ligar em um outro lugar”, diz Julyanna Barbosa

  Mestre em Literatura e Interculturalidade pela Universidade Estadual da Paraíba, Julyanna Barbosa se dedica a escrever ficção cristã e vem despontado no universo literário graças ao seu talento e produções criativas. Ela fala com a gente sobre ‘Metanoia’, sua nova obra, e outros assuntos. Confira: Você está iniciando a pré-venda de seu novo livro, Metanoia. De que trata o enredo? “Metanoia” é uma história de encontros e de desencontros entre dois jovens que têm suas vidas marcadas por traumas e por tragédias familiares. Ao longo da trama, o passado de ambos vai sendo revelado e, junto com ele, os pesadelos e as dores que precisam ser curados e deixados para trás. O enredo surpreende e deixa o leitor envolvido com os personagens do início ao fim. Na sua avaliação, de que forma a ficção cristã contribui para a edificação espiritual? A ficção cristã é um importante instrumento para a edificação espiritual (no caso daqueles que já experimentaram o novo nascimento), assim co

Mil cairão ao teu lado - por Jénerson Alves

  O que será de um pacifista convocado para a guerra? Essa pergunta é respondida no livro ‘Mil cairão ao teu lado’, que conta a história real do alemão Franz Hasel, que foi enviado para a tropa de elite da construção de pontes na Segunda Guerra Mundial. Mesmo em meio ao combate, Hasel decidiu ser fiel às suas convicções religiosas, chegando a adotar medidas drásticas e perigosas. Uma delas foi jogar fora a própria arma – ele era o melhor atirador da Companhia Pioneira 699 e queria fugir da tentação de matar alguém. A obra também narra os dilemas sofridos pela esposa de Franz, Helene, e os quatro filhos. Decididos a não fazer parte do Partido Nazista, eles sofreram muitas perseguições e privações. Entretanto, também desfrutaram de verdadeiros milagres. Disponível em várias línguas, o livro foi editado em nosso país pela Casa Publicadora Brasileira. Foi escrito por Maylan Schurch e Susi Hasel (a filha mais nova de Franz e Helene). Em que pese o cunho religioso, não se trata de u

Rodrigo Inosoja: “Sou grato a Deus por ter me dado o dom da poesia”

  Poeta popular e grande divulgador das raízes culturais nordestinas, o jovem Rodrigo Inojosa conta para nós um pouco da sua trajetória, regada a muita poesia. Confira: Como começou seu apreço pela poesia popular? Jénerson, meu primeiro contato com a poesia popular se deu através do rádio, como todo casa do interior o uso do rádio lá em casa era muito comum, através dele comecei a escutar programas de repentistas, programas de forró e conhecer os grandes nomes da nossa cultura. Entre eles estavam Luiz Gonzaga, Dominguinhos, Jackson do pandeiro, Geraldo Amâncio, Ivanildo Vila Nova, Valdir Teles e tantos outros nomes da nossa cultura. Mas sempre tive um carinho especial pela cantoria de viola. Além de declamar, você também canta de improviso. Como é, para você, transitar por essas artes? Sou grato a Deus por ter me dado o dom da poesia! De início comecei minha vida declamando, há uns três anos por incentivo dos poetas Geraldo Amâncio e Valdir Teles (Em Memória) comprei a

Poeta Jénerson Alves lança e-book sobre a arte do Cordel

  Autor de dezenas de cordéis, o poeta Jénerson Alves lançou um e-book gratuito descrevendo essa expressão da literatura popular. Intitulado ‘Cordel não é só rimar’, a obra foi publicada pela Quipá Editora, do Ceará, e tem o objetivo de apresentar as principais características técnicas e históricas desse gênero literário. Segundo o autor, a ideia de produzir o e-book surgiu a partir de experiências em ministrações de palestras e oficinas sobre o tema. “Percebo que há, ainda, um certo desconhecimento acerca da complexidade que envolve a produção do Cordel. O objetivo da obra é servir de norte para o vasto universo da poesia popular, com beleza e responsabilidade”, explica. O livro é composto por seis capítulos, e narra aspectos históricos da Literatura de Cordel no Brasil e no mundo. A leitura também disponibilizará ao leitor informações sobre aspectos técnicos desta arte, como rima, métrica, oração e esquemas de estrofes. O e-book já está disponível no site da editora e ta