Vamos começar mais uma série de entrevistas semanais no Instagram e no Blog. Agora, com a fotojornalista Andreza Ferreira, que fala sobre os desafios e as delícias da arte de fotografar. Confira.
Na sua opinião, fotografia é arte?
Sim, eu considero arte, porque requer habilidade e sensibilidade no olhar. Isso são características de um artista. Há fotógrafos e fotógrafos. Há crianças que fotografam bem, no enquadramento correto, por exemplo; mas existem os artistas, que contam uma história em uma foto – ou em um ensaio, que é uma sequência de fotos no mesmo ambiente. Às vezes, nem precisa contar uma história, mas retratam uma pessoa captando uma expressão da pessoa em uma foto só.
Você faz fotografia lifestyle de família. Quais os desafios e delícias deste segmento?
Fazer fotografia lifestyle de família é uma das minhas favoritas. Para mim, o maior desafio é lidar com uma cultura impregnada em algumas famílias de querer fazer fotos iguais às de outras pessoas. Entendo que cada família é única e quero registrar essa autenticidade. A delícia de fotografar em família é registrar a verdade daquela família, inclusive das crianças, de maneira natural e tranquila.
Outra coisa muito legal é ter contato com várias famílias, acompanhar o crescimento delas. Fotografo desde 2013. Então, registrei fotos de bebês que hoje já são grandes. Isso é emocionante, pois posso acompanhar e conhecer novas histórias que fazem parte do ciclo da vida.
A sua formação em Jornalismo gera impactos em sua produção atual?
Com certeza, faz total diferença. Talvez se eu tivesse começado a fotografar sem essa formação, eu não fosse tão feliz e realizada hoje. Eu comecei o curso de Jornalismo sem nem pensar em fotografia. Foi durante a cadeira de Fotojornalismo que me apaixonei pela área. Para mim, a melhor coisa do mundo é registrar as coisas que acontecem. Gosto de fotografar as coisas como elas são, seja um parto, uma festa infantil ou uma campanha política.
Que mensagem você daria a quem deseja ingressar no mercado da fotografia?
Para quem deseja entrar na fotografia, sugiro que faça alguns questionamentos, como eu fiz para mim mesma. Pergunte-se: “eu gosto mesmo de fotografa?”, porque, mesmo gostando, surgem situações que nos põem em dúvida sobre seguir ou não. É muito cansativo, muito exaustivo. É fotografar, selecionar, editar… você trabalha antes, durante e depois.
Após decidir viver de fotografia, você tem de se jogar. É preciso ter um equipamento adequado. O olhar é mais importante, mas um bom equipamento ajuda bastante – e isso é muito caro. E, sempre se informa. Ouça música, assista a filmes, treine a sua sensibilidade, perceba as pessoas. Seja um bom observador. E, principalmente, seja humano. Como em outras áreas, há pessoas que entram na fotografia só pensando em dinheiro, mas isso não é tudo. Faça parte do processo. Seja humano e amigo dos seus clientes, isso vai gerar confiança e levar você para muito longe.