Bacharel em teologia e pós-graduada em ciência da religião, Nédia Galvão é colaboradora dO Jornal Batista e uma das mentes férteis que engrandece o país. Nesta entrevista, ela fala sobre os desafios da escrita e a relevância da leitura. Confira:
Você tem uma
vasta produção textual. Como despertou o talento para a
escrita?
Olá! Antes de tudo expresso minha gratidão por
este honroso convite. Não me considero com uma vasta produção
textual, sei que sou como uma gota d'água em um oceano de tanta
gente boa que tem inúmeras obras produzidas. Mas, tenho sim alguns
trabalhos, artigos e resenhas publicadas em revistas. Tenho um e-book
e escrevi um capítulo em um livro multidisciplinar. Também tenho
tido o privilégio de publicar alguns textos no Jornal da Convenção
Batista Brasileira.
Escrever para mim é uma forma de expressar
e repassar conhecimento, simplesmente amo! Essa relação de
intimidade com a escrita é desde minha infância. Sou da época da
escrita cursiva, então lápis e papel eram meus brinquedos
preferidos. Com lápis e papel na mão minha imaginação ia longe,
eu escrevia estórias e viajava nelas. Eu era a chatinha da turma, a
taxada de intelectual, por trocar muitas vezes as brincadeiras em
grupo por um lápis e papel.
Qual o
desafio de escrever e publicar na internet, onde há uma grande
‘enxurrada’ de informações?
A internet é um divisor
de águas na vida daquele que nasceu em uma época sem ela, que é o
meu caso. Costumo dizer que toda essa enxurrada de informações às
vezes mais desinforma e deforma que informa. Isso é paradoxal, mas é
exatamente assim!
Para falar dos desafios, porque são muitos,
de escrever e publicar na internet, teríamos que fazer uma abordagem
filosófica e sociológica o que daria "pano para mangas",
mas de maneira sucinta, um dos maiores desafios é passar a mensagem
de forma que o leitor compreenda o que está escrito na íntegra,
sendo que hoje enfrentamos o problema grave da interpretação.
E
nessa onda de interpretação pessoal que está em voga o que se
escreve pode ser distorcido do significado original e aí é a ruína
do texto.
Na sua
opinião, a igreja tem, de um modo geral, incentivado a formação de
leitores e escritores?
A igreja como instituição já foi
grande incentivadora na formação de leitores e escritores. Hoje
temos presenciado um declínio nesse incentivo. O grande número de
analfabetos bíblicos nos nossos arraiais é comprovado pela
observação.
As pessoas na igreja não falam mais com base na
Bíblia, até porque não leem, ou se leem, leem textos fragmentados,
aleatórios sem se ater a contextos e ao próprio texto na sua
inteireza. Isso é triste!
Daí os achismos, as opiniões
pessoais e até as filosofias e ideologias absorvidas por meio de uma
doutrinação ferrenha que em nada tem a ver com o Evangelho.
Esse é o contexto
de uma forma geral. Pessoas assim são mais fáceis de
manipular.
Porém, o Evangelho instiga o estudo, a análise, o
exame que requer leitura. É certo que nem todo leitor é um
escritor, mas no que se refere à vida cristã, aquele que teve o
privilégio e oportunidade de ser alfabetizado, tem a obrigação de
ser um leitor assíduo das Escrituras que é o manual de fé e
conduta do cristão.
Meu conselho é: não espere incentivo para
ler, tome você a iniciativa, a princípio pode ser enfadonho,
cansativo, mas com o tempo se tornará prazerosa a leitura da Bíblia
e outros livros. Depois que a gente embarca nessa não dá vontade de
sair.
Quais seus próximos projetos? Há algum livro em construção?
Meus projetos são
tantos!!! Continuo com a mesma mente fértil da infância, minha
mente vive borbulhando em pensamentos do que desejo fazer.
Meus
próximos projetos são ler os livros que estão na minha estante me
aguardando pegá-los, grifá-los, escrever à margem de cada capítulo
meus resumos, enfim, essa é uma corrida que para mim não tem
fim.
Continuar escrevendo também faz parte dos projetos, quero
terminar de ler um livro de filosofia e resenhá-lo. Também estou
com plano para um artigo que já está engatilhado, precisando de
alguns ajustes.
Enfim, continuar estudando, lendo, escrevendo e
repassando conhecimento são projetos que quero dar continuidade, é
o que amo fazer.
E quanto a um livro, não tem nada em
construção, mas dá pra acreditar que penso nisso?! Rsrsrs.