Lembro-me de te ver pelos corredores da faculdade, com um café e um cigarro. Abraçava-te. Trocávamos algumas palavras. Tu sempre dizias que nós deveríamos construir algum artigo científico juntos. Eu concordava. No entanto, terminava me esquivando dessa missão. Eu te achava tão inteligente, tu articulavas as conversas com tantas bases teóricas, com tantas leituras, tantos fundamentos... confesso que eu não me sentia à altura de produzir algum texto acadêmico contigo. No fundo, sou só um cordelista, sabes? Sou só um poeta popular... Sim. Tu sabias disso. Tanto é que me convidaste para recitar alguns poemas em um colégio particular onde trabalhavas. Na verdade, entregaste meu número para a professora organizadora e ela me chamou. Mas a ideia foi tua. Fiquei honrado pela lembrança. Tu ainda filmaste minha participação. Prometeste me entregar. Eu nunca tive coragem de cobrar. Sempre te via tão ocupado, tão cheio de atribuições... Eu queria ter te dito que gostava de te conhe