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Centenário de nascimento de Amaro Matias da Silva - por Walmiré Dimeron

 


Uma das figuras mais queridas no meio educacional de Caruaru, sempre solícito, prestativo e dono de uma biografia invejável. Divertia-se ao chamar quem quer que fosse de "Zezinho", sempre preocupado em orientar, ensinar, rodeado dos seus "pupilos", (como chamavam seus alunos, alguns dos colegas de trabalho), quem sabe com uma pitada de inveja ao verem o mestre cercado de juventude: "Lá vem Matias com seus pupilos". 

O autor da Bandeira de Caruaru (1972) nasceu em Água Preta –PE, no dia 21 de fevereiro de 1922 e radicou-se em Caruaru na década de 1960 onde lecionou em diversos educandários.  Professor, pesquisador, poeta, autor publicado, orador, poliglota com fluência em inglês, francês, latim e espanhol, além de estudioso e defensor do tupi-guarani.

Bacharel em Ciências Sociais e Direito, presidiu a subseccional da OAB e a agência do IBGE, em Caruaru e foi um dos fundadores e presidente da Academia Caruaruense de Cultura, Ciências e Letras – Acaccil. 

Cultor de heráldica, foi autor de vários escudos, brasões e bandeiras de inúmeras instituições, tendo integrado diversas delas como honorário ou benemérito. 

Foi agraciado com o título de Cidadão de Caruaru e de outras cidades do interior e com a Medalha do Mérito Educacional Paulo Freire, além de outras distinções como os títulos de “Benfeitor da Juventude” e “Alter Ego” do Capítulo Caruaru da Ordem DeMolay.

Faleceu no Recife, no dia 04 de abril de 2002, aos oitenta anos, por complicações advindas do diabetes e de um AVC.

Foi agraciado “in memoriam”, com o Colar do Sesquicentenário de Caruaru, em 2007 e dá nome à Escola Municipal Professor Amaro Matias da Silva.


Walmiré Dimeron é historiador 

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