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Mostrando postagens de novembro, 2011

Gramática dos Sonhos

Eu só quero no futuro Ter um pretérito perfeito, Então, tento ser sujeito De um presente santo e puro. Antes que o Sol escureça E que eu baixe a cabeça Ante a presença da dor, Quero sorrir e sonhar E, sem rancor, desfrutar De uma aurora de amor. Não quero fazer da vida Um futuro do pretérito, Mas, ao partir, quero o mérito De uma vida bem vivida. Quando tremerem meus braços E eu não puder dar abraços Na musa dos sonhos meus, Não quero ficar sem paz, Mas quero olhar para trás E dizer “graças a D-us”. Não quero pôr reticências No lugar de exclamações, Nem pôr interrogações No bojo das consciências. Ao me espantar no caminho E me deparar sozinho Com o espelho de minha alma, Não quero ser humilhado, Quero estar embriagado Com o doce néctar da calma. Que as vírgulas da caminhada Não pausem minha esperança E eu prossiga em marcha mansa Pelo rumo da alvorada, Pra quando o som da canção Não tocar meu coração E faltar voz em minha boca, Ao cessar toda cant

Apenas uma Pequena Mentirinha

Na semana passada, fui retirar dinheiro de um dos bancos na rua em que moro. Logo depois de sair, ouvi a voz de um homem atrás de mim. “ Não posso falar. Estou dentro do laboratório e já vou ser atendido… ” Intrigada, virei-me para ver o rosto do mentiroso, já que não havia nenhum laboratório móvel encostado na calçada. Em vez disso, vi as costas de um trio se afastando rapidamente, ladeira abaixo—pai e mãe, cada um segurando na mão de uma menina de uns cinco ou seis anos que andava entre eles. Continuei olhando enquanto que ele tirou o celular do ouvido com a mão esquerda e o enfiou no bolso.  Foram se afastando de mim e eu retomei o meu próprio caminho, mas sem retomar meus pensamentos anteriores, pois agora estava refletindo sobre as implicações daquilo que eu havia ouvido e visto nos poucos segundos em que fora participante involuntária na vida daquela família. Por que aquele homem mentiu? Poderia até ser  uma declaração baseada num  acontecimento  e  local  verídico —ele (ou a

Com estas 10 ideias seu título vai fisgar o leitor

Publicado originalmente no  Livros e Afins O título é como aquela pessoa que, quando passa, o trânsito para. As coisas ficam fora de foco e você só a vê caminhando em câmera lenta. Você só a viu uma vez, mas quer saber tudo sobre ela. Um bom título é assim. Depois de lê-lo, você quer saber tudo sobre ele e, para isso, acaba lendo o texto inteiro. Desde que o restante tenha sido tão bem redigido quanto o título. Mas isso é uma outra história. A seguir, ensino algumas técnicas que podem fazer com que o seu leitor se apaixone por seu título e tenha mais chance de se enamorar perdidamente por seu texto. Mas de nada adiantam essas técnicas se você não conhecer a fundo as mecânicas que me fizeram chegar a elas. 1. Use verbos que sugiram ações e imagens. Alguns verbos – como ser, estar, lançar – são muito neutros. Não causam comoção. Use verbos que sugiram ações dinâmicas. Veja o título deste artigo: a ação é vai fisgar. Todo mundo já fisgou ou já viu como é fisgar um peixe em um filme pelo