Ela estava se perdendo no mundo dos livros e ele já havia
se perdido há muito tempo. Por isso, nem no orbe das letras eles se
encontravam. Ela se deliciava com as narrativas de Nicholas Sparks, ele imergia no
sentimento de ‘não-pertencer’ do Albert Camus. Ela se debruçava em teorias
organizacionais, enquanto ele ficava cada vez mais confuso, fazendo uma ‘vitamina’
de Poe, Saramago e Kafka, ao invés de estudar os livros solicitados na
Faculdade. Ela lia Max Lucado, enquanto ele preferia os “hereges” Ricardo
Gondim e Rubem Alves. Na Bíblia, ela se deleitava com as parábolas de Jesus e
ele se mantinha ranzinza, em um eterno Eclesiastes. Ela entoava os Salmos com
mais beleza que Davi e ele, desafinado, recitava os Provérbios com a voz rouca.
Até que, quando ambos decidiram passear pelas árvores de Cantares, deram conta
da existência um do outro. Então, ele ergueu os olhos do livro e mirou o
sorriso dela, que era a materialização da beleza. E ela viu os olhos tristes dele.
E ouviu o silêncio que gritava dentro dele. Fecharam os livros. E a vida se
abriu para os dois, como uma página em branco.
quinta-feira, 24 de janeiro de 2013
Do cinema à realidade
Sempre gostei da temática de máquinas dominando seres humanos, narrativa comum em filmes de ficção científica que marcaram minha geração....

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