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“Cada um de nós deve buscar aprimorar os talentos”, declara Bruna Glacy Ribas

 



Nascida no Rio de Janeiro, Bruna Glacy Ribas despertou o talento para a escrita desde cedo. Aos 09 anos começou a escrever seus primeiros contos e poemas. Hoje, a jovem possui o talento aperfeiçoado, e seu trabalho recebe muitos elogios. Confira a entrevista:



Entre suas obras, destaca-se o livro ‘Da cor do mar’. Como é o enredo e como pode ser adquirido?
‘Da cor do mar’ é um livro que amei escrever, que conta a história de uma moça que vai trabalhar na casa de um rapaz autista, descobrindo com o passar do tempo, que nunca tinha olhado com mais atenção a pessoas como Dante e que os autistas podem sim, ao contrário do que muitos pensam, levar uma vida normal e de sucesso, desmistificando com isso, muitos preconceitos. Um livro que fala de amor e superação, mas também busca trazer um olhar mais terno voltado a essas pessoas.

Você é uma autora eclética, que escreve de poemas a romances. Como escolhe o gênero literário em que vai escrever?
Dependendo do meu humor, da fase da vida em que eu esteja e das literaturas que esteja consumindo ou dos estudos que esteja fazendo, a inspiração surge naturalmente, conduzindo-me a escrever uma poesia, um conto ou mesmo um romance. Acho que vai muito das influências externas, mas também das aspirações interiores de cada momento meu.

Para ser um bom escritor, é preciso ser um bom leitor?
Acredito firmemente que sem leitura, a escrita pode adquirir uma pobreza, ainda que o autor tenha potencial para escrever. Creio em dons, em talentos, em capacidades natas, mas também que cada um de nós deve buscar aprimorar nossos talentos e, sem sombra de dúvida, um bom escritor deve ser um bom leitor.

Quais são seus próximos projetos?

Estou em pausa no desenvolvimento de uma novela que promete abordar a cultura mineira do início do século passado, tomando com inspiração várias obras brasileiras, dentre as principais, O tempo e o Vento, de Érico Veríssimo.
Além do mais, paralelamente à literatura, estou cursando História, com objetivos na área de arqueologia. Quem sabe mais pra frente eu não una a literatura com a história e lance um livro misturando ambas as coisas? Tudo pode acontecer.

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