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Mostrando postagens de janeiro, 2013

Muito prazer, Álvaro Lins

O cordel ‘Muito Prazer, Álvaro Lins’ foi escrito com o intuito de revisitar a vida e a obra do crítico literário. O autor é o cordelista Jénerson Alves, que revela que, através do texto poético, busca enfatizar a relevância do legado do intelectual para os dias atuais. Misturando realidade e ficção, a narrativa acontece no tempo presente, com o intuito de enaltecer a história do caruaruense. “Além de ressaltar a importância de Lins, eu tento lançar uma provocação: Como pode um ícone com tanta relevância ser tão ‘esquecido’?”, pontua o autor, que também é jornalista. Com 24 páginas, a obra mescla poesia e prosa e exibe elementos interdisciplinares. A capa é assinada pelo designer Lúcio Moreira. O cordel já está à venda no Museu do Cordel (Parque 18 de Maio), bem como na Livraria Estudantil, nas bancas de revista Terceiro Mundo, A Cultural e Millenium, e na Copyatec (Rendeiras).

Microconto sem título

Ela estava se perdendo no mundo dos livros e ele já havia se perdido há muito tempo. Por isso, nem no orbe das letras eles se encontravam. Ela se deliciava com as narrativas de Nicholas Sparks, ele imergia no sentimento de ‘não-pertencer’ do Albert Camus. Ela se debruçava em teorias organizacionais, enquanto ele ficava cada vez mais confuso, fazendo uma ‘vitamina’ de Poe, Saramago e Kafka, ao invés de estudar os livros solicitados na Faculdade. Ela lia Max Lucado, enquanto ele preferia os “hereges” Ricardo Gondim e Rubem Alves. Na Bíblia, ela se deleitava com as parábolas de Jesus e ele se mantinha ranzinza, em um eterno Eclesiastes. Ela entoava os Salmos com mais beleza que Davi e ele, desafinado, recitava os Provérbios com a voz rouca. Até que, quando ambos decidiram passear pelas árvores de Cantares, deram conta da existência um do outro. Então, ele ergueu os olhos do livro e mirou o sorriso dela, que era a materialização da beleza. E ela viu os olhos tristes dele. E ouviu o sil

Página em branco; páginas rasgadas

Eu sei que é clichê comparar o ano que se inicia com uma página em branco. Mas, e daí? A vida é cheia de clichês, mesmo. O bom de um ano que nasce é porque renasce a sensação de que tudo se renova. Afinal, é o início um ciclo. É momento para avaliar não somente o ano que passou, mas também a forma como a vida vem sendo conduzida. É a oportunidade de reprogramar sonhos antigos, de reacender esperanças. Mas não apenas isso. Também é momento de deixar para trás aquilo que já não faz mais sentido. É momento de deixar de lutar com uma finalidade inócua. É o instante em que pode-se decidir se, realmente, vale a pena sofrer tanto. É a hora de adotar novas posturas com relação à vida. É momento de guardar o coração, de não deixá-lo nas mãos de pessoas que não irão valorizá-lo. Além disso, é importante fazer uma faxina nele, e tirar de dentro aquilo que não nos faz crescer. Mais do que encarar o devir como uma página em branco, deve-se rasgar aquelas que registram histórias que não pr