Como vate que andeja por aí,
Transformando em poema a existência,
Numa bela manhã de doce essência
Entre estrofes e rimas eu te vi.
No lampejo dos sonhos outonais,
Atendi teus pedidos liriais
Nos repentes poéticos que cantei.
Em compêndio de vastos universos,
Tu choraste escutando os tristes versos
Que do cofre do peito eu retirei.
Tu vivias, sorrindo, tão feliz...
Tua voz, uma harpa divinal,
O teu ser, uma efígie magistral,
Um orgulho pr’os pais e pr’o país...
Desviando das torpes coisas fúteis,
Defendeste na vida causas úteis,
Traduzindo o labor em sacro teste,
Mas por fétidos micróbios deletérios,
Numa noite plangente de mistérios,
Tu voaste à mansão do Pai Celeste.
Mesmo longe, do ponto geográfico,
Tua luz refulgia em todo canto.
Hoje o quadro é de angústia, sobra pranto,
E pra pintar novos versos falta gráfico.
Toda a terra, espantada, se elucubra
(Vendo um monstro cruel de face rubra),
Mas no céu, nova estrela apareceu.
Entretanto, impossível é olvidar
A sincera expressão do teu olhar
Traduzida na paz do nome teu.
Minha lira padece sem sonora,
Já não vou para o palco. Estou plangente.
Muito embora, eu já sei que brevemente
Hei de ver-te ao raiar da santa aurora.
Sem motivos alegres pra cantar,
Com milhões de razões pra lamentar,
Eu entrego meu estro ao corrodêncio,
Ponho a flâmula da luz em meia haste.
Sob as nuvens da ausência que deixaste
Hoje eu choro escutando teu silêncio.
Jénerson Alves, 23.01.2019
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